Depois, temos exactamente o oposto: aquilo que queremos que realmente sofra uma mudança, por já não aguentarmos mais a situação onde nos encontramos, por querermos que evolua e tenha algo de positivo. Aquilo que queremos que não nos magoe mais e que nos mostre o lado bom de passar por tudo aquilo. É quando esperamos sempre pela parte boa depois de estarmos tanto tempo na parte má.
Não queremos que tudo se volte a repetir, pois não temos certezas que conseguiremos passar por tudo outra vez, que as forças não vão desaparecer e pelo contrário, que teremos mais força por já haver uma experiência em ultrapassar momentos daqueles.
A verdade é que dói sempre: não só recordar, mas também custa ter de passar pela mesma dor uma e outra vez. Ouvir as mesmas palavras.
Quero o Silêncio.PREFIRO O SILÊNCIO.
O SILÊNCIO transmitirá aquilo que eu não quero dizer, ou aquilo que pretendo subentender.
O silêncio é aquilo que neste momento quero conhecer e compreender cada vez melhor. "Falar" as palavras, já não me adianta, muito menos ouvi-las.
Preciso de silenciá-las e preparar-me para reviver, mas desta vez em silêncio.
Quem compreender o meu silêncio, saberá tudo o que se passará a seguir, o que se passa agora e o que um dia já se passou.
Avançar revivendo, não diria que seja caminhar em direcção ao futuro, mas pelo menos é continuar o caminho do presente. Tenho que largar o passado e pensar que tudo será diferente, porque eu quero que assim o seja.
Chama-se a isso de crescer certo? Não é o "crescer" que não presta, mas sim tomar a decisão de o fazer. Isso sim, não presta mesmo!
Dói, custa e mói por dentro. Tomar essa decisão... Mas é necessária, é necessária para me "formatar" como quem fui, como quem sou, ou pelo menos eu sei que sou. Apenas não o tenho sido nem sei como o ser jamais.
Se é justo? A própria Justiça torna-se injusta no exacto momento em que dizemos que todos somos diferentes: agimos de forma diferente, pensamos de forma diferente, somos simplesmente diferentes, apenas o Ser humano é o que nos une como seres iguais. Mas nem sequer usamos a justiça de maneira semelhante e há quem a use de forma extremamente injusta.
Silêncio... Fez-se em mim. Silêncio, diz o que eu quero dizer sem ter que pronunciar as palavras. Silencio é a minha justiça e o meu Silêncio é o meu crescimento e a minha força para o avançar e mudar aquilo que pretendo que mude e me permite ser forte a ter que aceitar a mudança daquilo que sei que não volta a ser como dantes.