quinta-feira, 25 de outubro de 2012

I'll give you my world, but you have to give me the real me.


Dou-te o meu Mundo, dou-te o meu Mundo tal e qual como ele se encontra:
 - Virado do avesso, confuso, triste e contente ao mesmo tempo. Um mundo sonhador e, ao mesmo tempo ilusório. Um Mundo ferido e feito em lágrimas já secas.
Dou-te tudo o que é meu e o que não é; o que foi e o que nunca foi. O que nunca quis e nunca será meu, simplesmente dou-te...
Em troca, apenas quero uma coisa de volta: eu mesma!
Quero-me a mim e ao meu Mundo confuso, estranho e complicado... Eu cá me arranjo a "consertá-lo". Se não houver conserto, pelo menos haverá algo nele que eu posso tirar proveito.
Dou-te um "olá!" se me aceitares assim. Se aceitares a minha falta de conserto e as minhas feridas ainda por sarar, abertas e que ainda ardem, mesmo depois de tratadas, como se tivessem sido feitas naquele exato momento. Dou-te o doloroso "Adeus..." se não te encontras disposta a lidar com as minhas cicatrizes e o "eu" que um dia cheguei a ser.
Dou-te tudo de mim, tudo o que eu tenho e já não tenho. Mas, por favor, dá-me uma melhor visão do "eu" de hoje, dá-me a mão; o ombro; o sorriso e o porto de abrigo que me servia de consolo na escuridão de um olhar frio e magoado.
Dou-te o envolver de cada caracol presente no meu cabelo, como se fosse a viagem atribulada que nos proporcionas, fazendo-nos acreditar ser uma aventura que inclui uma viagem na montanha russa.
Dou-te o melhor e o pior de mim.
No entanto: Óh Vida! Dá-me um sorriso e um olhar renovado. Dá-me o outro lado das coisas, porque na verdade, muito do que aconteceu de mal e de errado, faz-me pensar que é um "lugar" apenas propício a acontecer de tudo. Porém, foi onde me descobri um dia, onde falei, olhei, amei, sorri e aprendi. É isso, sobretudo predispus-me a viver! A viver tudo aquilo que reservaste para mim...
Agora fugi! Mas não te larguei! Por isso, não me largues tu também, numa vala sem escapatória possível.
Dá-me asas e eu mostrar-te-ei a liberdade de voar. Dá-me o que mais preciso e eu mostro-te que a "saudade é mais uma certeza de que tudo o que um dia foi valeu a pena!"
Apenas quero que saibas que eu sei quem fui, quem quero ser. Eu sei quem sou, simplesmente falta-me sê-lo. Quando eu o for, aí poderei dizer-te que para além de seres tão ilusória, és tão fascinante que eu um dia viverei, viverei à margem daquilo que me deste a conhecer.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Uma questão de largada e fugida. Uma questão de caminhar!

Fugi.
Larguei tudo, ou pensei que larguei.
Será que larguei mesmo?
No final de contas fugi de que? Cheguei mesmo a fugir?
NÃO...
Se gostaria de o ter feito? Talvez, mas para muitos isso nem sequer chega a ser uma opção viável. Fugir? isso é ser medroso/a...
Não fugi, mas se o fizesse não seria medrosa tendo em conta os motivos que me levaram a...
Que interessa o que fiz, quem sou ou quem um dia cheguei a ser? A mim interessa, a mim interessa...
Apenas quero perceber isso por mim, um recomeçar sem deixar o passado para trás  Um querer perceber aquilo que nunca me dei ao trabalho de entender.
Um distanciar daquilo que me impedia de ver para além do habitual, do senso comum.
Um distanciamento essencial que me permitisse crescer e sair do ambiente em que me tinha colocado, ou melhor ao que me acostumei por ser o único que me deram a conhecer e eu ter o chamado "medo de sair da  caverna". Não pretendo dizer que é como a "alegoria da caverna" mas quando me cingi àquilo que conhecia sem querer conhecer em grande parte o resto da realidade é mesmo que dizer que Platão tinha toda a razão.
Quero uma aproximação de um "eu" verdadeiro que se impôs perante o seu próprio Mundo e quis sair do vazio que por vezes sentia.
Não pretendo um distanciamento dos que sempre lhe foram mais próximos  mas por vezes é necessário sentir que se é preciso, de por um travão naquilo que tende ser um constante ciclo vicioso.
As discussões fortes se tornaram, as lágrimas intensificaram-se e fizeram com que o olhar se torna-se distante, um olhar curioso para saber o que haveria para alem disso.
Os sonhos mudaram e, nisso não ha mal nenhum. Eu prossegui o meu, estou a prossegui-lo, se tenho certezas do que estou a fazer? Não, não as tenho. Como deu para ver tenho tantas perguntas e nem sei se tenho resposta para todas, ou pelo menos uma resposta certa. Neste momento é a forma como penso, como vejo, como vivo.
Não estou sozinha em parte, mas sinto que há coisas que tenho de ser eu mesma a percorrê-las. A vivê-las e a conhecê-las. Haverá os chamados "dias de cão" e, julgo estar num desses dias hoje mesmo, mas não me arrependo de ter tomado tamanha decisão, bem maior que o meu pé.
Contrariei muita gente e muito do pensamento de pessoas próximas  mas no final fui sempre eu a ter a ultima palavra na minha vida. Se cometer um erro, pelo menos foi porque eu fui teimosa e não porque fui pressionada.
Se fugi? Não. Os problemas estão aqui na mesma, as pessoas, a minha vida. Trouxe tudo comigo. Agora a forma como os resolvo é que confirmará se a minha fuga foi confirmada ou apenas mais uma ilusão para muita gente.
Eu procuro o meu olhar de volta, o meu sorriso de "ponta a ponta" e o revelar de tantas coisas que não saberia existir senão saísse do "quadrado" em que me enfiei por não querer alterar o que conformado estava!
Segui.
Não larguei tudo.
Escolhi.
Cresci.
Sigo vivendo de maneira diferente, mas de forma digna.
Sigo caminhando, lágrimas se verterão, sorrisos se lançarão, erros serão cometido. Mas eu sigo caminhando...