quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Fogueira de memórias, queimar de motivos


Peguei em mais de mil motivos, atirei-os contra a parede e achei que se partiriam em cacos, tal como um copo de vidro. Não pensei no azar que me daria, nem os 7 anos que poderia ter a desculpa de ser o azar de um copo partido.
Atirei as memórias para uma fogueira e esperei que elas ao se queimarem, desapareciam, pura e simplesmente.
E pura e simplesmente voltei a ser ingénua.
Mais uma vez...
Só mais uma vez a memória a pregar partidas, o cérebro a complicar, os olhos a querer descomplicar e no final, tudo uma verdadeira confusão.
Achei que se queimasse, partisse ou os atirasse que tudo se tornava simplesmente brilhante...
É o mesmo que ir à busca do pote de ouro no final do arco-íris.
Mas que se anda a fazer aqui no final de contas?
Querer tudo, sem primeiro assimilar, resolver, aceitar...
Querer, desejar: caprichos, vontades, bem dizeres, mesquinhices. Tudo o que se procura em busca da felicidade, como se isso fosse sinónimo de estado de espírito. Desenganem-se!
Apenas é momentâneo, é considerado momento, efémero e quem sabe trágico se assim for pessimista, no entanto, um contentar para quem for optimista.
Que se lixe o tempo que diz curar, mas apenas atenua e torna num hábito ao qual se decide viver.
Qual lidar qual quê?
Vou voltar ao inicio e, esperar simplesmente que aconteça:
Peguei em mais de mil motivos, atirei-os contra a parede e achei que se partiriam em cacos, tal como um copo de vidro. Não pensei no azar que me daria, nem os 7 anos que poderia ter a desculpa de ser o azar de um copo partido.
Atirei as memórias para uma fogueira e esperei que elas ao se queimarem, desapareciam, pura e simplesmente.
E pura e simplesmente voltei a ser ingénua.
Mais uma vez...