domingo, 28 de dezembro de 2014

Nudez do senso

Falta-me o senso.
Falta-me o "acreditar" que tem de ser assim.
Rastejei e entreguei o meu espírito na esperança desmesurável de que houvesse uma simples troca recíproca de "restajamento" e profundos sentimentos e troca de palavras que pudessem significar coisas e cenas...
Que pura inocência, que tamanha ingenuidade.
Peguei em tudo e dei tudo o que alguma vez tive.
Peguei em tudo e mostrei tudo da minha alma, como se me entregasse nua, sem qualquer véu de defesa para que pudessem ver-me despida no mais intimo "Eu", ao qual ainda tenho tremendas dúvidas de quem seja.
Desconheço tamanha força, desconheço tamanha entrega por parte de quem em mim descarregou um simples sorriso e, me trouxe de volta à superfície para ganhar folgo para mais uma ardente luta de fogo e apaziguamento.
Foi levantada bandeira branca come fé de paz - repito: Tamanha inocência.
Carreguei nos olhos pureza, carreguei no ombros a casta pessoa que me fez crescer.
Não aconteceu... Sei lá... Não aconteceu... sei lá eu...
Falta-me o engenho das palavras. Falta-me o engenho que me mantém em cima e no entanto, volto a mergulhar ao mais fundo que consigo ir.
Vai campeã: afunda-te mais como se ainda houvesse mais para onde ir nesse fundo engenho do desdenho do teu conhecimento, ou falta dele!
Não nadei mal.. Mergulhei de forma errada. Como se aquele chapo me afectasse o corpo e me encontrasse em profundo e efémero formigueiro que me parece eterno.
Aquela dormência de querer parar por ali, mas em simultâneo querer voltar a saber o que é respirar.
Como se o comando e o controlo fossem parte dos fios que me movimentam como uma marioneta.
Sempre fui eu por detrás dessas cordas e não me apercebi.
Ignorância é felicidade, dizem eles... Digo que ignorância foi quem quis dizer isso, por medo de querer saber o que sempre temeu.
Ingenuidade é a essência das crianças. E quando cresces?
Falta-me o senso, ou não fosse eu tanto criticar o braceamento que vou dando nas águas movimentadas.
A recíproca troca de oxigénio, a recíproca troca de emoções por parte de quem nunca conseguiu sentir no seu engenho e razão.
Desconheço quem me colocou dentro destas palavras, desconheço porque me desconheço.
Sei que me entrego a cada movimento feito, mal ou bem, a sobrevivência sempre foi o mal comum. Mas a vivência tornou-se a mais vaga ganância de quem não soube esperar pelo que lhe reserva.
Má crença no destino, na fortuna.
Ficámos todos a perder no bem que ganhámos.
A má sorte da grande sorte respirada.
Viveu quem soube perder de entre ganhos e pertenças que em nada recíprocas foram.
Maldito punhal que soube atravessar o pequeno caco de vidro que impediu a totalidade de um jogo de labirinto, em que a saída não está no espaço, mas no tempo em que se perdeu a sorte, a fortuna e a paz ,um dia regida por uma bandeira branca, como forma de voltar a recuperar o folgo e nunca mais vestir a alma nua e divagada perante o mundo.
Um Mundo em que as constelações se desfazem aos olhos, para que o primeiro plano seja o enfoque dado à musa e o segundo plano seja a mais bela natureza.
Viveu quem soube perder de entre ganhos e pertenças que em nada recíprocas foram.
Faltou-me o senso... Reneguei a Fortuna... Seja como for, venha o que vier. Caiu o manto, caiu o véu: despida em volta da ingenuidade e ignorância que causaram o pequeno conhecimento a quem entreguei os meus fios e me acordou para que o formigueiro desaparecesse. Fim da dormência.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Em vida "memorium"

Sabes? peguei em tudo o que me poderia fazer lembrar de ti. Sabes? tentei procurar-te em todo o lado que me poderia fazer sentir-te.
Incrível... Não consegui.
Não precisei de juras e promessas para que a tua lembrança fosse eterna, chamam-lhe "memorium imortal". Contudo, não consigo fechar os olhos e criar uma imagem de ti que me invada a alma e me faça sentir preenchida. Nem as fotos, parece que o desfoque foi propositado...
Fecho os olhos e sei que como toda a gente, estarás lá, mas não acho que seja justo não me lembrar da tua forma, do teu sorriso e das tuas manhas.
Digo a mim  mesma que o tempo é relativo e que não existe cedo ou tarde. Foi cedo, foi cedo, diga eu o que disser.
Procurei encontrar palavras para preencher o vazio da amnésia que me provoca uma sensação de desconforto em dias como estes. Não existem!
Continuar a chamar injusto a tudo o que não me proporciona uma imagem de ti. Tenho de parar com isto não é?
Sim, já la vão os anos em que a justiça me servia de consolo, a mim eu aos meus.
Sei que a partir do momento em que nasces, és o mundo de alguém, para alguém... Mesmo que tudo seja vago, que por mais que tente construir o puzzle, nunca fique preenchido. Eu sei que fizeste e estiveste lá. Não foi o suficiente, nem nunca será. Não cabe a mim nem a ninguém decidir isso.
Não foi por erro teu, erro de ninguém. Não foi por descuido, mas foi tão natural quanto poderia ser.
Não causou sofrimento, mas trouxe-nos algum, por um tempo.
Recorro à harmonia, é como estou. Nostálgica, talvez, em dias como estes.
Não tenho grandes explicações, nem me podes dá-las, não é assim?
Não recorro a estrelas, ou a divagações. Não te sinto, por mais que te procure... Olho para o que ainda temos teu, naquela caixa enorme que tememos abrir para conter as lágrimas, e continuo sem te ver.
Será assim não é verdade?
Não há ninguém que nos ensine a viver, mas não há ninguém que dite o fim de uma vida. Disso eu sei muito bem... Disso eu sei...
Não te preocupes, são apenas desabafos que vou fazendo ao longo do tempo. São apenas escritas que ficarão para mim.
O tempo é relativo e com o tempo tudo atenua... Já lá vai o tempo em que nem conseguia olhar para o tempo e prever o tempo que demorava a passar. Não passa, mas aceitei. Aceitaste, vivemos e amadurecemos São apenas sentimentos.
Sabes? Começa a ser mais saudade do que dor... Sabes? começo a sentir que nunca irei perceber muita coisa, nem tudo fará sentido. No entanto, tu vives, de alguma maneira, dentro de mim.
Numa ínfima memória que se vai tornando residente.
Sê bem-vinda a casa, limpa os pés e senta-te... A tua vida pode ter sido efémera, mas não deixará de ser eterna.



segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Manias das palavras

Peguei no tempo: brinquei com as horas, gozei com os minutos, fiz pouco dos segundos
Peguei na vida: remexi no bom, vivi o mau, desejei não sofrer
Peguei no amor: virei do avesso o sentimento, misturei as lágrimas, julguei a paixão
Mania a minha de pegar!
As três coisas essenciais que procuro reconhecer. Só falta uma coisa não é assim? Chama-se "eu".
Esse mergulhou no ser, veio à superfície recuperar fôlego e voltou a mergulhar uns 10 metros até bater no fundo.
Culpa de quem?
Mania de culpar, quando sou a única culpada do meu próprio destino.
Quis o destino que assim escolhesse quem me guia.
A minha mania de querer, de esperar, de dar tudo sabendo que as trocas não são recíprocas só porque eu quero.
A minha mania de achar. A minha mania de ter razão quando não entendo o porquê de estar errada.
Mania de achar que o tempo cura tudo, quando na verdade, não cura realmente nada. Alivia... Podem crer: alivia e com o tempo acaba por passar, mas curar? Nada cura aquilo que mói, torce e não enxuga uma dor que não sei de onde provêm!
A minha mania de achar que tudo o que eu faço é o mesmo que os outros fariam... Não fazem... Simplesmente, praticamente, não fazem.
Tudo é utópico quando é o que mais desejo, mas nada é utópico quando distorce a minha própria realidade.
Inspiro, expiro... É o que todos fazem da mesma forma que eu...
Pensamentos aleatórios percorrem-me e fazem-me os dias... Se poderia mandá-los embora? Não conseguiria... Se alguma razão eles permanecem é porque algo se encontra mal resolvido.
Coisas por terminar, coisas por começar...
Lá ando eu no vai. não vai da construção do meu caminho.
Quero eu mais que tudo mostrar quem sou e tantas vezes me pergunto: quem realmente sou?
Procuro certezas, mas só encontro achados. Quero responder, mas só mergulho em dúvidas.
O mar é infinito, os números são infinitos e sou apenas e meramente mortal!
Sou humana, sou pessoa, seja lá o que isso significa nos dias de hoje.
Mania de pegar... Mania de achar... Mania de pensar...
Lá ando eu a divagar, quando um dia sei o que sou, no outro apenas sei o que não quero.
Quem sabe, um dia, quando souber o que quero, já não seja aquilo que sou. Talvez quando tiver certezas, são essas mesmas que criam mais dúvidas.
Mania de alguém me vir mudar a realidade, quando acabei de encontrá-la.
Culpa de quem? Da minha cabeça mergulhada no vazio das perguntas para as quais nem saberei ter resposta.
Mania de pensar... Mania de divagar...
Assim termino o que comecei, numa mescla de palavras que um dia farão sentido:
Peguei no tempo: brinquei com as horas, gozei com os minutos, fiz pouco dos segundos
Peguei na vida: remexi no bom, vivi o mau, desejei não sofrer
Peguei no amor: virei do avesso o sentimento, misturei as lágrimas, julguei a paixão
Mania a minha de pegar!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Mixórdia Verbal da Razão

Somos o que somos, porque temos de o ser. Não poderíamos ser doutra forma, se realmente o parássemos de ser. 
Não sei o que fui, porque deixei de ser o que era. Descubro quem sou para uma nova era.
Olhas-me e procuras-me... Esqueces-te de que eu mesma me procuro. Encontro-me na descoberta, encontras-me na revelação. 
Epifania a toda a hora: 
- Saudade, contagias-me a alma... 
Pára com as manias e tramas ao coração, tiras-me o fôlego e roubas-me a noção. 
Confusão passa-me pela cabeça...
Acabei por perder toda a destreza. Perdida no labirinto, esquecida nos pensamentos...
Paradoxo nas tuas palavras, o olhar vidrado em malabarismos. 
Fixada nos teus lábios, que me enlouquece. 
Não perdoa, mas também não esquece. 
Envolves-me em ti, roubas-me abraços. 
Os lençóis ganharam a tua forma e reconforto-me em memórias.
Afundei-me em ti. Perdi-me em mim. 
Sente por que sente, não percas o teu ser!


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Consumismo de divagações: "hipocrisias" desmedidas

A mesmice que nos consome permanecia mesmo depois das vezes em que teimava fechar os olhos e respirar fundo. 
De nada serviu, se aos abrir percebia que a mudança passava por mim. 
Senso comum de que tudo muda inclusive eu, que ja não sou o que era nem nunca consegui ser na sua plenitude. 
Esperamos milagres por satisfação própria, mas obtemos ilusão por (pura) culpa própria. 
Acostumei-me, fechei os olhos, recuperei a respiração normal,
abri-os e continuei...
"Pior cego é aquele que não quer ver". Eu quis ver... Quis tanto ver que no momento seguinte, desejei não ter visto.
O turbilhão de emoções presas naquela miragem despreocupada de como quem busca algo e acaba por achar o que não queria.
Os dotes de quem cria ditados populares entram em vigor, em situações de grande desespero, perante aquilo que queremos enxergar.

As mudanças dão-se porque algo precisa de sofrer uma reviravolta para encontrar o seu equilibrio normal, pergunto-me se isso funciona da mesma forma, em todos os campos da vida...
Poderá apenas ser as dúvidas de quem, um dia, teve certezas a falarem mais alto.
Bom era se as coisas mudassem por si mesmas, sem que fosse preciso um clique de sofrimento para despertar a necessidade de ter que ser o proprio a mudar o que desiquilibrado se encontra.
Começo a despoletar todo o tipo de vocabulário ao meu dispor, para encontrar verdadeiros significados para certos conceitos, até aqui, julgados e dado como aprendidos.
O quão enganados andamos, no final de contas. O quão iludidos gostamos nós de viver. 
É triste ao ponto que isto chegou.
Mas mais triste é continuar a querer fechar os olhos e achar que se respirar de forma diferente, algo acabará por acontecer. 

Não sei bem o quê, de quê, nem porquê, muito menos como...
Sem nexo é aquilo que tanto queremos que faça sentido, que acaba por nunca, realmente, ganhar qualquer sentido.
Morfologias, verbos conjugados, diarreiras verbais para tentar dar significado àquilo que nunca terá.
E continuo aqui, a respirar fundo...
Foram-se as minhas palavras para clarificar onde pretendo chegar com isto.
Já entendi: muda se não está bem.
Acções, mais acções... Desilusões, regressões, deprimência demonstrada numa mera visão que se parecia muito com o inferno, ou apenas a real demonstração e equiparação desta humanidade que teima em residir, como se nada temesse e tudo estivesse a seguir o seu rumo.
Ah! Consciências e culpas que enchem os pensamentos não verbalizados, muito menos abstractos que aparecem na mais profunda escuridão, com o qual debatemos e contorcemos para que desapareçam. Mas se eu tenho de mudar, sou eu quem os tem de parar. Basta resolver e deixar de pensar. Serei fútil assim? Bem-vinda a esta Mundo, Inês!
Mais abertos que isto, nunca poderão ficar... Os meus olhos... Os meus olhos bem abertos!
Respiração mais normal e monótona...
Voltámos à estaca zero.
Dou por terminada esta eterna divagação... 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Desvaneios madrugadores de amizade

Devaneios de madrugada e necessidade de contar quem és:
Por gulosice conheci-te.
Por amizade me aturaste como ninguém.
Os melhores momentos dum estudante só são melhores porque existem pessoas que te acompanham.
Atribulados foram esses momentos, mas a minha confiança em ti é tremenda, o que me levou a cometer loucuras como andar de pijama na rua, chorar por tudo e por nada, sofrer contigo, zangar-me contigo, acordar de madrugada num dia de aulas, para poder ir para uma fila gigante de horas de espera para comprar o bilhete para ti.
Cumprir o teu sonho de ver os Linkin Park.
Contribuir para que fosses feliz e apoiar-te incondicionalmente, agradecendo a quem te faz feliz!
Acredita: faria tudo de novo, para te ver como te vejo.
O meu coração enche-se de orgulho cada vez que falo em ti e percebo que amizades destas eu levo para a vida.
Coimbra não é a mesma sem ti, nem eu. Nem ninguém que tenhas marcado e, sei que marcaste porque tu és especial para muita gente e um socialão de primeira, um romantico incondicional para a tua Danii!
Mesmo com as tuas crises,  os teus desgostos, as tuas conquistas... As tuas cusquices e novidades dos dias. Os jogos de futebol, as boleias e as conversas que só nos temos. Poder ver que te encontras feliz com quem eu sei que sempre cuidará de ti, faz-me sentir bem como quem sente dever cumprido.
Mas arrependo-me de um dia ter pensado que era melhor não estar presente na tua vida, para que pudesses estar bem e não sofresses mais.
Dei tudo de mim e vou continuar a dar enquanto houver respeito, carinho e preocupação por ti.
Se soubessem o orgulho que tenho nele....
Na determinação com que toma decisões;
Na persistência com que luta;
No quão feliz ele se encontra...
....Veriam que um livro não basta para saberem o que é um verdadeiro amigo. A sorte que tenho por te-lo na minha vida!
Vou-te dar sempre na cabeça, Vou sentir sempre um tremendo orgulho.
Foi atribulado, mas tu sabes como lidar comigo. Sou uma tremenda chata, mas que sente a tua falta.
"Persistência da Memória" foi o livro que me ofereceste, lembraste? Na minha altura do ano preferida (criança eterna que sou)... As palavras por ti escritas (com uma letra horrorosa, é verdade) naquele marcador: "és a minha melhor amiga" - Nunca mais voltas a ver me a chorar tanto por tanta lamechice, mas vou continuar a teu lado, mesmo que a despedida esteja para breve!
Tornaste Coimbra especial para mim, dando-me segurança e um ombro amigo quando mais senti tanta falta de casa. Fizeste-me sentir em casa, na minha 2ª casa.
Lembra-te: só tu sabes como encontrar a felicidade. Desde que tenhas as pessoas certas a teu lado. Eu sei que tens. Cuida de ti!
Porque quem gosta, cuida!

"Por isso, fica aqui um pedido humilde: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de 
grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!" - Fernando Pessoa

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Pureza na sua essência

Pode não ser perfeita
Pode até me proteger e fingir que está bem
Mas anjos como ela, eu não tenho mais nenhum
Ela com as suas sardas é completa na sua essência, na sua alma
É pura na sua loucura e nas suas palavras.
Procuramos sempre a pessoa mais bonita, por dentro e por fora. Lamento informar, que não me estava a referir a um principe encantado, mas sim ao meu anjo da guarda.
Falamos em herois de banda desenhada, mas eu tenho a minha heroina, tão verdadeira como as historias infantis a que tanto nos apegámos.
Ela transformou o meu mundo em algo mais colorido. ela fez-me ver que o céu até pode ser azul, mas e por que não com mais cores? Basta queremos, não é assim?
Fala com o coração nas mãos e pensa com a realidade assente e bem presente.
Dá-me o seu mundo todos os dias e ainda me pergunta se preciso de mais alguma coisa?
Ela esquece-se de que com ela, eu tenho tudo aquilo que queria:
conforto
felicidade
sorrisos
momentos
abrigo
abraço
alma
pureza
Nem com extras, ou bónus, eu te queria junto a mim doutra forma.
Gosto de ti com todas as palavras que existirão para dizê-lo, Gosto de ti, até mesmo quando me passo.
Esse gostar preenche-me e enche-me o coração todos os dias em que falo contigo, e aqueles que não falo: ponho-me a olhar para as fotos que temos, para a minha secretária, para a minha bandeira, para o manual em espanhol.
Porque tudo aquilo me faz lembrar da Ana que conheci à uns 4 ou 5 anos atrás.
 Aquela que mesmo com as mãos nos bolsos, me acolheu como ninguém e deu tudo dela, a alguém que nem conhecia assim tão bem e que se encontrava um verdadeiro caco por dentro.
Que me deixava sozinha no Sul para eu aprender, me dava na cabeça, fazia-me chorar mas dava-me o maior abraço urso que alguma vez alguém me deu.
Que fingiu que desmaiou para ver se eu conseguir por em prática os meus 1ºs socorros. que me deixa preocupada ao mínimo "olá" frio, mas que faço de tudo para ver que ela está bem, segura e que eu bato em qualquer possa que ouse sequer dizer mal ou fazer-te mal. (ULTIMATO, AVISO, AMEAÇA!)
De coração cheio eu digo-te mais que uma vez: habituaste-me mal aos teus abraços, pois é dos poucos que me faz sentir tão segura e que deixa qualquer outro abraço de parte.
És a minha pessoa especial.
Sabes o quão especiais são as pessoas que tenho a meu lado. Sabes o quão é importante a Sofia, o Bruno, a Susana, a Martinha, Alexandra, Mariana.
Mas sabes? Há muito tempo que fazes parte de mim, como eles e da mesma forma que eles.
Tornaste-te numa grande amiga, ao qual devo todos os mundos e ainda mais. Devo porque quero! E porque gosto de me comprometer com aquele sentimento forte que tenho por ti.
Ponho-te num pedestal, ralho quando sei que não estas bem e és teimosa. Quando mesmo assim das tudo de ti a quem não merece.
A minha pessoa és tu! Lembra-te disso.
Anocas, pérola e rainha do meu guincho.
Mestre, mentora e melhor amiga!

 PORQUE QUANDO A GENTE GOSTA, É CLARO QUE A GENTE CUIDA!

O MEU SORRISO É TÃO FELIZ CONTIGO! 

domingo, 28 de setembro de 2014

(In)Congruência de Memória

Esqueci e quis lembrar
Lembrei e quis esquecer
Tenho medo da memória: trai, traz mágoas e desaparece quando mais precisamos dela.
Sou um caos de memórias, de baús, antigamente fechados e selados.
Sou uma confusão de interminos paradoxos e infinitos revelados antes do tempo.
Palavras pronunciadas sem sentido e pensadas com fundamentação.
Pensamentos selados e guardados, mas relembrados por flash de segundos sem que consiga pará-los!
Sonos não repostos e insónias reavivadas por noites seguidas.
Perco-me na minha falta de memória
Sinto um vazio que ficou por preencher
Um apagão que me invadiu em certos momentos e me deixou com uma branca nas reações, emoções e explicações para as quais não encontrei resposta.
Quero parar esta sensação vaga. Este sentimento de falta de algo. Quero completar o que incompleto se tornou.
Bastou umas horas para me perder em mim mesma e agora?
Como me encontro? Como preencho aquilo que se apagou como se nunca tivesse sido vivido?
Pior das sensações foi ter vivido, como se apenas existíssemos e a memória teimasse em não ter gravado como se faltasse luz e a vela não fosse acesa.
Esqueci
Não lembrei
Receei
Jurei para nunca mais me perder em mim
Traiçoeira memória
Cair no esquecimento, acordar na lembrança.
Ficar sem, ter demais.
Meios termos... E continuo um caos reavivado por pequenos pormenores trazidos pelo tempo e
nunca antes recordados.

domingo, 14 de setembro de 2014

Sei lá de quê....

Chegou...
Ficou...
Partiu...
Quis regressar...
A confusão instala-se porque nós alimentamos este ciclo, nós permitimos que assim fosse. Mas não quero mais. Não quero mais isto para mim.

Eu não faço a mínima ideia do que são sinais e como são dados. Não sou estúpida, mas limito-me à minha ignorância quando quero parar com tudo isto.
Já me sinto mal. Já me sinto mal comigo mesma e achar-me a maior estupida de sempre. Mas não o sou. simplesmente não o sou, nem nunca fui.
Não sou digna de escrever uma historia, de lê-la e achá-la a melhor de sempre. Até considero neutra. Sou neutra.

Ora existe confiança, ora desaparece.
Alimentas o meu ego, alimentas o meu fracasso e desilusão.

Já chega de fugir, já chega de parar, já chega de esperar.
Não fui feita para esperar, não considero uma virtude. Esperar é morrer na esperança que algo aconteça, aquilo que eu quero que aconteça.
Se tenho algo, quero outro algo. Se já tenho, deixo de querer.
Tornei-me nisto. Numa ambição desmedida que quero largar.
Liberdade? essa conheço-a e por alguma razão não a consigo aproveitar.
Até sei porque, mas não quero relembrar.
Neste momento não quero nada, mas quero tudo. Quero tudo o que me volte a fazer sentir bem.
continuo a escrever para aqui, sem que isto faça qualquer nexo. Sem nexo nenhum, ABSOLUTAMENTE NENHUM. Fiz-me entender?

Ó! quero mais é que se dane... Não quero fazer sentido.
Da ultima vez que fez sentido, acabei magoada, com peças do puzzle por completar. Foram duas vezes seguidas que fez sentido.
Agora, vens tu querer fazer sentido. Ou tentar. Mas explicas-te mal. Tão mal, que não quero mais saber.
Não quero entender nada disto, não quero ser estupida, não quero entender sinais. Não quero que nada faça sentido.
Odeio ciclos e odeio rotinas.
A vida é uma rotina, creio. Neste momento, uma chata que encravou na parte dos obstáculos. Ó, raios! Onde me fui meter eu...

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!"
Sei la de quê, sei la de quê...





quarta-feira, 30 de julho de 2014

Tudo o que é vivido, herdou sentido

Não basta ir
Não basta voar
É preciso ter se for tido
É preciso ser vivido...
Coração partido
Coração destemido com lágrimas de sangue e de amor
Calando o desespero, nascemos e tememos
Tudo o que é vivido, ganhou sentido.
Herdado, erguido e sentido das cinzas do que um dia foste!
Ergue-te!
Sente!
Não basta falar...
Não basta temer.
É preciso reerguer o que foi derrubado pelo sofrimento de te ter.
Vermelho de raiva, vermelho de amar...
Pára! Reage...
Age e reage as vezes que forem necessárias
A viagem da felicidade termina com a liberdade.
Não te prendas, não te libertes.
Permite-te!
Arrisca, larga, voa, volta, sorri, respira...
Vai, não vai!
Decisões, opções! Oportunidades perdidas, flecha lançada e palavras ditas!
Arrependimento deixou de fazer sentido.
Olha, Vê!
Não basta ir
Não basta voar
É preciso ter se for tido
É preciso ser vivido!
Cala o Sofrimento e reage, renasce das cinzas! Cala o desespero e cura o coração!
Está na hora, está na hora da liberdade, da felicidade e do sorriso ganhar vida...

domingo, 13 de julho de 2014

"São Eles"...- Crónica paradoxal

São "eles" que te dão a volta, quando pensas já ter tudo averiguado.
Quando já pensas ter resolvidos todos os puzzles que te foram propostos.
"Eles" dão-te a volta a cabeça!
"Eles" dão-te a volta a cabeça!
Todas as tuas dúvidas: eles trocaram-te para dúvidas novas...
Todas as tuas certezas: foram colocadas mais questões...
Simplesmente eles mudaram tudo no teu Mundo e, tu? Tu assim tiveste de aceitar e acolher os desafios que te fizeram mudar o Mundo e a ti mesmo!
"Eles" foram os piores contigo. Foram os melhores contigo.
"Eles" foram o paradoxo em tudo o que tu julgaste descoberto e selado de certezas.
O certo virou o errado
O correcto virou o maior erro que algum dia podias ter cometido
Os arrependimentos foram trocados pela melhor coisa alguma vez feita por ti
As acções foram valorizadas, as palavras ficaram desvanecidas.
"Eles" trocaram-te as voltas, aquelas que já havias descoberto.
"Eles" trocaram-te as voltas e tu permaneceste impávido e sereno.
Gostava de poder ser como tu: manter-me calma, mesmo quando a vida me troca as voltas e tudo o que era 8, virou 80.
Gostava de poder aproveitar essas reviravoltas como tu.
Mas não suporto "eles", não suporto dúvidas, incertas, "inconclusões" que havia já desvendado.
Gosto do controlo e da segurança e no fundo, "eles" fazem-me sentir que apenas sou insegura na minha segurança e incontrolável no meu controlo....
Agir como se nada fosse...
Viver como se nada fosse...
Sentir como se nada fosse...
"Eles" dão-te, dão-me, dão-nos a volta a cabeça.
"Eles" dão a reviravolta que deixa o nosso mundo do avesso.
Não me habituo a algo que não gosto, mas para eu mudar o mundo, preciso de aprender que há coisas que eu nunca vou ter de entender, nem é suposto.
O suposto é apenas vive-las, aceitá-las, lidar e respirá-las...
Sentir no limite e viver no abrumo.
Somos feitos disto, és feito disto... Começo a ser feita disto...
"Deles" e das trocas e reviravoltas que me mantém viva e, pôr de lado a apatia.
"Eles" põe-me louca num mundo de insanos
"Eles" põe-me a sentir como ninguém...
"Eles" são tudo o que nunca quis e que agora, não abdico...
"Eles"
"Eles"
"Ela"
....

..."A VIDA"...

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Controlo do tempo: o ser que nunca foi

Não posso ser aquilo que fui... quando dou por mim, mudei. Quando olho para trás noto que até o próprio Mundo mudou. Poderia perguntar-me o porquê, mas na realidade prefiro não o fazer.
As dúvidas e questões que se tornam permanentes na  vida, nem sempre são colocadas por medo que algo mais possa mudar.
Mudar já por si pode não custar, mas pode trazer ao de cima mágoas, que não percebi que foram a razão para tanta mudança.
Eu sou tudo aquilo que vivi e serei aquilo que ainda me resta viver.
Não quero nem preciso de medir o tempo
Não quero nem preciso de prever o que pode acontecer.
Mania de contar, minutos, horas, dias...
Mania de esperar que o tempo passe, que o tempo pare.
A grande mania de adivinhar o futuro e contar quanto tempo falta para algo...
Sonhadores... Nós somos. Traçamos objectivos em futuros próximos, mas esqueçemo-nos que tudo pode mudar em questão de minutos.
Não sou dona do tempo, não controlo o tempo. Já o quis controlar, por pensar que era uma forma de conseguir controlar a minha vida.
Não funciona assim... Nunca funcionou, nunca poderia funcionar.
Se conseguisse controlar, poderia prever o que aconteceria, como poderia reagir, como me comportar.
Era tudo óptimo não era?
Tudo mais fácil não era?
Não, nós tendemos a complicar o que fácil já é. Mas o Tempo não teima em ser fácil, nem difícil. Tempo é simplesmente o tempo.
O que mais me arrependo, foi de tentar controlar tudo à minha volta, com medo de que aquilo que bem me fazia sentir, pudesse desmoronar-se em três tempos. 
Saiu-me o verdadeiro "tiro pela culatra", quando aquilo que tentava tanto controlar, só fazia pior, por não encontrar a sua liberdade de acontecer naturalmente. Estava a forçar algo, apenas para me sentir melhor.
Forçar aquilo que natural devia de ser livre, foi o pior que me aconteceu a mim.
Quanto mais me perguntam se tudo está a correr bem e eu respondo, como se realmente soubesse, fosse a dona da razão, é quando percebo que não. E eu não me apercebi, porque controlado tudo estava. Não estava...
Aquilo que livre é, não se controla. 
Mentaliza-te Inês! Mentaliza-te que há coisas que têm de achar o próprio rumo... Há coisas que são como são e há muita coisa que muda com o tempo. Muda contigo, muda com o Mundo!
Precisa de mudar...
A mesmice é o que controlamos por prevermos, medirmos.
Tenho de parar de viver na mesmice, parar de ter receio do desconhecido e parar de tentar controlar tudo o que se passa na minha vida. Só posso controlar as minhas escolhas e nem mesmo as consequências tendem a ser previsíveis.
Paro para pensar, mas não posso achar que tudo para porque eu não sei que mais fazer, por achar que perdi o rumo, o "fio à meada". Por achar que me perdi a mim mesma com tanta mudança em tudo o que me rodeia, a mim, inclusivé.
Sou a soma de tudo o que se passou em mim, no meu mundo e no que me rodeia.
Mas não posso ser o que nunca fui, o que era.
Não posso ser o que fui quando não sou o que era.
Repito: Não posso ser aquilo que fui... quando dou por mim, mudei.
Tudo mudou... tudo mudou...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Mente confusa, coração ingénuo e boa vontade inocente

Meros objectos, trocados, reutilizados...
Só se é usado vezes demais quando se cai em tremenda negação quanto ao sofrimento em que se encontra.
És capaz de abrir os olhos de vez? Põe um ponto final...
Já passou... Deveria ter passado. Acabou? Por favor?
Já lá vão 5, 6,7 vezes e há sempre algo de magnético que me força a ir até esse teu centro de energia.
Só cai quem quer, e quem não quer mas deseja tanto.
Pensei que a carência encontrasse o seu fim... Mas não é carência
Então, mas que raio é?
Não sei...
Ou sei...
Mas o que será?
Pára! Larga! Deixa-me... Ai!
Constante "vai não vai"
Bom quando dá, mau quando nem falamos. Parece que existe rancor, em algo que ninguém fez de mal. Depois existem os pedidos de Desculpa... Mas do que? De desejar e largar ao fim de um tempo, porque é assim que estamos habituados e decidimos...
Mas que merda?
Como chegamos a isto? O que é feito de nós? Porque não ficamos apenas no "conhecidos" e pronto...
Fala, não fala... quer, não quer
Remorsos de que os braços de outro alguém sejam sempre melhores do que os nossos.
O receio de que esta roda giratória termine e a perda seja irremediável se um dia cairmos em nós e percebemos que o que sempre quisemos, estava mesmo à nossa frente. E nós, nós apenas brincamos, fomos inocentes, ingénuos. Tivemos o que queríamos, largamos para ter mais do que queríamos. Voltámos a agarrar por pura segurança, a largar por insegurança. Preferimos ter sempre e tomar garantido, caso existisse o "grito de socorro" ou desejássemos o que já conhecíamos tão bem...
Já terminou? Teve um fim?
Porque não coloco um fim? Que quero eu?
Ai que mente confusa....
Não, eu é que faço da minha mente confusa, do meu coração ingénuo e a minha boa vontade inocente.
Parei de falar, na esperança que voltasse a querer e tudo voltasse de novo... Mas eu não quero isto para mim, mas já quis.
Caí porque quis... Vou parar de querer cair?
Julguei que quisesse melhor para mim... Julguei tanta coisa e não me contentei com o que é a realidade
O problema é bem claro: eu não sei o que quero para mim, mas acabei de descobrir aos poucos que realmente, há coisas que eu não quero para mim!
Será desta?! Terminou a "inocência" amarga e o sofrimento ilusório causado a mim mesma?!
Eu não sei, ou sei... O que será?

domingo, 15 de junho de 2014

Uma última noite...

Repenso e repenso... Volto a pensar e a perguntar-me: "E se..." Nunca tentámos... Sempre me acomodei a ti, a ter-te sempre quando um ou outro quiséssemos. Nunca mais que cem dias, que cem horas... Era apenas fugaz, era apenas aventureiro. Sei que poderia refugiar-me nos teus braços e não pensar mais. Sei que fosse qual fosse o motivo, a gente encontrava-se, onde quer que fosse, como fosse... Sempre vivi com medo de que o que sentisse estragasse, ou nunca funcionasse se fosse doutra maneira. Se de repente a liberdade que via nos teus olhos, um dia nos prendessem e tudo ficaria perdido num olhar de arrependimento, ou tudo pura e simplesmente mudasse, é isso, medo que tudo pudesse mudar...
Todos os dias, tudo muda e muda... E tudo sem retorno. Mas tu, tu, eu não queria que mudasses. Não queria que mudasses esse teu encanto por mim, mesmo que nunca fosse mais de 100 dias... Mesmo que um de nos desaparecesse, ou alguém novo entrasse. Regressava a ti com o maior dos deslumbres, mas sempre a fugir da mudança.
Hoje, lembrei-me que nunca lhe contei da tua existência... E já la vão mais do que 100 dias, muitos mais! Sem contacto, (nunca precisamos), mas hoje senti essa falta... Em discussão feroz, lembrei-me que nunca lhe contei e nunca percebi porquê. Não foi por medo de que ele ficasse com raiva. Nunca lhe dei o direito para isso, mas talvez porque hoje, senti algo nele, o que sentia cada vez que te via. E percebi-me, talvez tivesse saltado de cabeça e nem me apercebesse que, se calhar o meu lugar era noutro sitio. Entreguei a minha liberdade ao sentimento por alguém em quem ainda acho, com toda a convicção, que me prende duma forma que eu gosto. Que me dá equilíbrio e me faz, duma vez por todas, ter de aceitar a rotina duma vida.
Pergunto-me se ele seria capaz? Capaz de me largar por uma aventura, largar o equilíbrio e agarrar toda a liberdade que eu já tive, mesmo sem lhe contar. Nunca foi em momentos iguais... ele apareceu depois de eu dizer a mim mesma que apenas e-mails nunca me bastavam para sentir a tua/minha liberdade. Não bastavam, não eram suficientes e queria sempre mais... Mais implica a consequência de que a única coisa que eu não queria que mudasse, eras tu.
 Então parei...
Perdi-me no contacto e prendi-me a um novo sentimento que me fez mudar e gostar. Pergunto-me o porque de não lhe contar e como reagiria. Mas sei que ele não me faria o mesmo... Exagerei na discussão por momentos de ciumes e, ri-me. Ri-me, porque nunca tive de sentir isto... Tudo foi novo, porém apercebi-me que poderia apenas ser atracção, meramente física, o que eu entendo perfeitamente, pelo menos o motivo. Sei reconhecer. Sou Mulher. Mas é só fogo de vista, nota-se que ele nunca olhou-a com os olhos com que eu te olhava, sem ter de sentir a mera atracção que nos atraia como dois pólos distanciados por 100 dias.
Eu sei que ele já pensou em... Ele já quis... Talvez o tenha feito! Choro de pensar... Todavia, aceitei, porque a verdade é que também sinto por ele o que sinto por ti. Ele precisava de perceber que eu estava errada nos ciumes que qualquer mulher tem, ele queria perceber que é por mim que cai de olhares fascinados e mera atracção física por alguém como ela, com quem nunca pode estar. Só me teve a mim, ambos novos e depois de eu tomar a tal decisão que me atormenta.
Atormenta hoje especialmente... Mas é ele... Eu assentei e tive que mudar!
Aquilo que eu não queria que mudasse em ti, em nós, teve de mudar... Não como sempre temi, tememos. Mudou porque terminou... O meu companheiro de liberdade teve de ser levado e continuado na liberdade que já não era eu. Eu acorrentei-te, podes ser sincero! Não mereces isso, quando não era o que eu queria que acontecesse comigo.
Uma ultima noite, eu pensei e lembrei-me de ti como se vivesse de novo, por uma ultima noite.
Uma última noite e eu sei porque nunca lhe contei, nem contarei... Acho que ambos sabemos a razão. E ambos sabemos que a aventura achou o seu rumo e assentou de vez...
Eu fico com ele... Não tomei a decisão de ficar com ele, foi a minha liberdade que escolheu prender-se a ele que me faz sentir bem e gostar de me sentir a partilhar o que resta da minha liberdade, numa relação. Com ele mudou, contigo não muda a recordação!
Parece-te bem? Por favor, "Voa" ... Eu pousei e encorajei-me a aceitar que é isto que tinha de acontecer. Entregar a minha liberdade de corpo e alma, a ninguém melhor que ele!
Uma última noite... Uma e apenas um última noite e despeço-me com todos o carinho deslumbrado pela minha visão nos teus olhos ternurentos ao olhar-me... Eu não lhe conto, não conto a ÚLTIMA NOITE...
No entanto, eu sei que ele o fez, eu noto e sinto o que ele fez...


   "Everything changes... But this? This still hasn't. Not for me. That's a lesson!"

(baseado no filme "Last Night")

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Há sempre uma queda, há sempre um muro: Procuramos diferença e teimamos em ser iguais na originalidade.

Há sempre uma queda... Há sempre um muro... Procuramos mudança, mas não gostamos daquilo que não é mudado por nós... Procuramos diferença e teimamos em ser iguais na originalidade. Repito: há sempre uma queda, há sempre um muro. Há sempre uma rotina, por mais inovadora que ela seja. Na diferença, existe semelhança. E isto, ninguém muda se realmente não o quiser.
Embarquei na mudança que me levava contra a maré e, por alguma razão, acabei por gostar do rumo que foi tomando.  
Existem decisões que temos de tomar, existem momentos em que basta decorrerem.
Há sempre um sofrimento... Há sempre uma dor a "gritar" mais alto... Há sempre uma ferida mal sarada. É preciso tratar de buracos ainda abertos e cicatrizar todas as feridas abertas que ainda nos magoam, mesmo sem ser preciso carregar nelas.
Quando digo Nada, quero dizer Tudo. O tudo e o nada acabam por se igualar na roda viva de emoções. Há sempre incertezas dentro das certezas mais inseguras das nossas vidas.
Pergunto-me o que é que não há, quando sentimos tudo e não queremos sentir nada. A apatia só funciona quando o sofrimento a que nos submetemos, ou melhor, nos submetem já se torna tão presente, que a tolerância a dor se torna maior a cada dia que passa e acabamos por não sentir mais nada... Por tanto sentir, sim, acabamos por não sentir mais nada. Acreditam nisso? Acreditam mesmo nisso?
Acreditar tornou-se recorrente em situações de tamanho desespero, por isso, não interessam as nossas crenças agora. A realidade tornou-se cada vez mais presente, deixou de haver optimismo e deixou de haver extremismo do negativismo. Realista, é o que nos obriga a ser.

Há sempre um mundo, há sempre uma verdade, há sempre um sorriso pronto a ser descoberto. 
Cada um com a sua verdade, cada um com o seu mundo, cada um com a sua batalha para encontrar a felicidade.
Eis a verdade universal: felicidade são apenas momentos que vamos descobrindo e podendo viver de vez em quando, porque na realidade, não podemos permanecer muito tempo na felicidade, sendo esta um estado atingido por momentos "auge" das nossas vidas. Quando damos por nós, estamos novamente a "descambar" na agonia e novamente, a procurarmos a felicidade. Perdemos mais tempo a procurá-la do que propriamente a vivê-la. 
Mas para encontrar esses momentos efémeros de felicidade não precisamos primeiro de nos encontrarmos a nós mesmos?
Eu perdi o meu rumo algum tempo, mas sei que existe um "eu" por aí prestes a ser descoberto.... Há sempre algo perdido em nós, há sempre que nos faz falta para permanecermos completos. Mas bichos teimosos e ambiciosos como somos, não vamos parar de encontrar o que nos completa e quando pensamos que encontramos, é quando percebemos que há mais em nós que está a faltar.
Há mais nesta vida que precisamos de descobrir. Há mais sorrisos perdidos. Há mais no tempo que não apanhamos por ficarmos parados, quando este não parou!
Há mais tanto e há mais nada... Há, é o que há. E teima sempre em haver.... Mas se há, porque não temos o que há? Se não há, porque teimamos em querer ter?
Paradoxos e confusões. Bichos confusos sempre em busca de respostas, para as quais, nem sempre tem as perguntas certas.
Já alguém dizia e diria até, muito bem: "Se queres obter respostas, terás de saber colocar as perguntas certas. Ou nunca ficarás satisfeito com as respostas." Mas algum dia ficaremos satisfeitos com esta insaciável forma de viver? Já nem falo do consumismo, falo apenas de consumir a própria vida e o nosso próprio ser.
Volto a dizer: 
há sempre uma queda, há sempre um muro. Há sempre uma rotina, por mais inovadora que ela seja. Na diferença, existe semelhança. E isto, ninguém muda se realmente não o quiser.
Embarquei na mudança que me levava contra a maré e, por alguma razão, acabei por gostar do rumo que foi tomando. 



quarta-feira, 30 de abril de 2014

Diagnóstico: Horcruxes (a bem dizer...)

Estava na hora...
Faltavam eles...
Já agradeci tanto...
Mas e porque não? São tão importantes e eu não consigo dizer algo mais? Merecem que as outras pessoas vejam o que eu vejo neles... Merecem muita coisa e, no entanto sinto-me impotente por poder dar tão pouco, mas acreditem, no que depender de mim, será um pouco mais a cada dia que passar.
A minha pessoa, são a minha pessoa.
Que raio significa isto? Significa que não vou precisar de dizer tudo, não vou precisar de tentar me explicar, não vou precisar de me alongar no que quer que seja, não vou precisar de ter de dizer o que sinto, se gosto, se não gosto, se quero, se estou mal. Serem as minhas pessoas é saber exactamente interpretarem-me sem ter de abrir a boca e procurar no dicionário formas de me balbuciar sobre determinados assuntos, circunstâncias e emoções. São Horcruxes, pedaços de mim, bons pedaços, mas que sem eles fico um pouco mais vazia... Com eles, eu sou tudo, por eles eu sou tudo, faço tudo, sinto tudo....
Ao mínimo olhar, ao mínimo toque, sorriso ou gesto,  são eles que me decifram como ninguém.
Não precisam de códigos, não precisam de instruções...Nem os maiores técnicos, hackers conseguem tais proezas, sejamos realistas... Existem técnicos para tudo, mas no que toca a lidar com algo que nos diz tanto, todos se tornam os verdadeiros toscos, à procura da melhor forma e de serem os melhores... Eles, simplesmente e naturalmente, não tentam, simplesmente têm o dom de conseguirem sem esforço.
A amizade não implica apenas esforço e sacrifício, ou se torna natural ou é forçado demais.
Melhor que ninguém, encontraram forma de lidarem comigo sem me sentir julgada, sem me sentir um fardo. Fizeram com que o lidar comigo fosse algo mais simples do que na realidade é, quiseram fazer o esforço de me compreender, mesmo sabendo o que isso implicava e o quão complicado poderia ser.
Sabem o que dizer no momento certo sem ter que lhes pedir. Basta recorrer a eles e saberão o que fazer. De certa forma o nosso triângulo tornou-se a forma geométrica mais perfeita que me completa na vida. Fecham e abrem novos ciclos e deixam-me permanecer em todos os momentos. Genial, incrível, não?
Não fomos feitos para o falar diariamente, para o comunicar incessantemente, para o ficar parado à espera que tudo corra pelo melhor. Não! Nunca fomos a normalidade das amizades vulgares... Sempre deixamos correr, a preocupação manteve-se, as vidas seguiram, mas aparecemos sempre no momento exacto da vida de cada um e acabamos por ficar horas a contar as novidades, tudo o que se passou, tudo o que sentimos. Somos iguais em tanta coisa e tão diferentes nas escolhas que fizemos e isso é o que resulta de melhor em nós.
Sendo sincera, muita coisa mudou, mas não fiquei triste com o que mudou, demorou a habituar-me, a não ter de os ver todos os dias e decifrar apenas o  olhar, sorriso, gesto, balbúcio... Agora, fazemos planos para encontros onde poderemos  novamente  voltar a sentir a segurança, a sentir o nosso conforto nos seus braços.
Nunca vamos ser o comum, nunca seremos a excepção à regra! Não digo que as tristezas e desavenças não aconteçam... Estarão sempre presentes... De alguma forma arranjamos uma maneira estranha, a nossa maneira de lidarmos com o pior de todos e merecermos o melhor de cada um. A Aceitar que agora é assim, termos o direito a sonhar mais e acreditar (mesmo que isso implique entrar numa ilusão, que não acredito que seja), que mais anos nós teremos e que tudo pode mudar, mas em nós, muita coisa não mudou.
Decifraram-me como ninguém, abraçaram-me como ninguém.
Para uma, a mulher da minha vida, a bailarina com uma inteligência incrível e uma pessoa com tanto por conhecer e decifrar, decidida e guerreira com os melhores conselhos, já la vão 20 anos.  Para outro, nerd com o dom das palavras e um jeitinho para se abanar, com os objectivos bem definidos, vai a caminho de 4 anos. São estes anos e mais os que vamos acrescentando, que se tornam nos números perfeitos que me trazem a felicidade que procuro em todo o lado.
A matemática pode ter sentido de humor, para quem nunca a compreendeu. Há quem a domine, há quem escute aqueles que a dominam e brinque mesmo assim. Eu sou a que brinca a escutar o vosso conhecimento que me surpreende mais e mais ainda... Sou a sonhadora e vocês os realistas e racionais que me mantém assente. Cada um com tanta para dar ao outro, cada um com a sua capacidade de ser a "voz da razão" para o outro e, ao mesmo tempo manter o humor perante as piores fases.
A garantia não é para aqui chamada, mas o valor estará sempre presente mesmo que eu não saiba bem o que lhes dizer, como agradecer-lhes ou explicar o que são para mim.
Já pensaram quando vos pedem para escrever sobre vocês mesmos, as coisas que vos passam pela cabeça, o ter de pensar realmente no que somos, se somos mesmo assim... O quão é difícil quando temos de escrever sobre qualquer coisa de nós... Parece que se esgotam as palavras, ou o ego aumenta ou simplesmente a modéstia leva a melhor sobre nós.
Julgo tratar-se do mesmo diagnóstico, porque vocês são e apenas são a minha pessoa, os meus Bons Horcruxes... E escrever sobre a minha pessoa é como escrever sobre mim,sobre pedaços de mim, ter de pensar em algo que ainda temos e queremos descobrir durante muito e muito tempo. Aquele tempo em que a opinião de muita gente se torna mero burburinho que tendemos a ignorar, porque simplesmente não queremos saber. Em constante aprendizagem, constante mudança, constante "loading" para o que vem ainda está para vir....
Irmãos adoptados pela minha família, cuidados com o meu coração e a minha força! 


"I don't have to say a word. They just look at me and see who I am and how I feel and they accept it. They don't try to change it or want to change it. These persons. There's a billion people but I imagine there's only one of them"



sexta-feira, 18 de abril de 2014

É necessário abrir os olhos: os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver." Gabriel García Marquez


Tento arranjar motivos para sentir o que sinto, tento arranjar razão para tanto desejo. Não há!
Mas gosto de sentir, todos gostamos de sentir algo e eu... Eu sinto tão intensamente que caio na dor da intensidade.
Sofro com o sentir, mas não vivo sem sentir.
A apatia para mim é fútil, é sentir-me inútil até mesmo na minha própria racionalidade.  
Os meus olhos dizem tudo o que tento explicar, tudo o que não consigo explicar. É preciso encontrar a paz interior, é preciso encontrar meio termo no mundo dos sentimentos.
Não gosto de meios-termos, mas sei que preciso de equilíbrio. O que menos tenho é equilíbrio e por vezes, tenho picos de bipolaridade no meu interior.
Aproveitar a vida implica ter de viver de tudo: mesmo que isso implique sofrimento, momentos em que estar presa é tudo o que menos queremos. E ao mesmo tempo, estarmos no pico mais alto da felicidade.
Apercebi-me que o meu sorriso não tem razão para existir, mas uso-o muitas vezes na busca para que tudo corra bem. 
Apercebi-me que a vida tem tendência a piorar antes sequer de melhorar.
Aventuro-me no mundo das emoções e dos sentimentos, ou sinto que da mesma forma não seria eu.
Mas a questão essencial é: Quem realmente eu sou?
Misto de sentimentos contraditórios que vivem em eterno paradoxo.
Nunca fez mal fechar os olhos, nem nunca fez mal abrir de mais... Mas viver em constante intensidade começou a provocar-me dor.
Existem os eternos "e se..." e eu não gosto mesmo nada deles.
Acho que ninguém gosta e no entanto, toda a humanidade vive em constante arrependimento e sofrimento. Muito por culpa própria, mas eu não quero ser assim. Mas em que medida sou eu diferente? simplesmente não sou... Não fui feita para mudar o Mundo sozinha.
Eu fui feita aos olhos da vida, e dos sentimentos que não precisam de motivo, ou desejos que precisem de razões. Fui feita para olhar a vida com olhos de quem quer ver..
Não fui feita para ser espectadora da vida, não gosto que as coisas me passem ao lado, que veja tudo a passar-me. 
Procuro muita coisa, e procuro o contrario de mim também.
CLICHÉS! A vida torna-se um cliché, este texto também.
É preciso para de sobreviver, de respeirar apenas... Já é hora de parar de lutar por isso e só por isso. É preciso fazer mais do que existir...
A lei da sobrevivência eu já passei com sucesso e distinção
, ou hoje eu não estaria aqui. Simplesmente agarrei a oportunidade de viver e a vida encarrega-se de me mostrar isso todos os dias. Porque sofrer e ser feliz, é sentir algo,  é trazer à tona o melhor e o pior de nós.
E se não aprendermos a lidar com o nosso pior, com certeza não saberemos nem merecemos o nosso melhor...

"A vida não é mais do que uma contínua sucessão de oportunidades para sobreviver" 

sábado, 5 de abril de 2014

In Memoriam- Perda d'um Mundo inacabado (referência a PedRodrigues)

In memoriam 


"E no final das contas descalcei-me e deixei que a areia se misturasse com os meus dedos. Avancei, sem medo, até onde as ondas partiam. A água gelava-me os ossos. Naquele momento pensei “se me deixar ir, acabou-se”. Mergulhei e deixei que a água salgada diluísse os meus pensamentos. Parei de respirar por instantes. Fiquei suspenso numa espécie de duelo de memórias. Em todas elas assombravas-me. Perseguias-me através do tempo. Não me deixavas partir. Bastava que me largasses a mão. “Larga-me a mão”, pensava. Mas tu não largavas. Não por teimosia. Nunca por teimosia. Não estavas preparada, só isso. Eu ali, no meio daquele mar, tão imenso, tão gelado. “Deixa-me ir” implorava-te. Tu não deixavas. Querias que ficasse. Nem que fosse apenas por um segundo. Querias que ficasse e te dissesse que tudo estava bem. Não estava. Na imensidão do mar percebi a minha pequenez. Nas mãos daquele gigante líquido eu era apenas uma migalha. Percebi a minha pequenez. “Deixa-me ir”, mas tu não deixavas. Para ti não era apenas uma migalha. Era mais que isso. Plantaste em mim o teu mundo e viste-o crescer nos meus olhos. Também tu foste o meu mundo. Continuas a ser o meu mundo. Conheço todos os meridianos do teu corpo. Plantei em ti o meu mundo e vi-o crescer nos teus olhos. E assim sendo, eu fico e não vou. Fico por ti. Porque te amo. Porque te preciso. Eu fico e não vou. Deixa-me só sair daqui. Deixa-me só regressar. Não me deixo ir. Busquei um pouco de ar. Nadei até terra e deitei-me de barriga para cima, na areia. O meu corpo estava gelado e não estavas lá para me aquecer. Agarrei-me ao que restava de ti, às memórias de ti, e levantei-me. Olhei o céu uma última vez à tua procura. “Se me tivesse deixado ir, acabava-se”, mas tu não me deixaste ir. Querias que ficasse. Por isso fiquei. Por ti fiquei. Porque apesar de ter perdido o meu mundo, não permito que percas o teu." - PedRodrigues (http://pedrodrigues.blogspot.pt/2014/03/in-memoriam_26.html)

Quando as minhas palavras não bastam para explicar o quanto me perdi nesta jornada, em todas as jornadas. Na jornada até de pertencer ao teu mundo como eu sei que pertenço e sempre pertenci, mas nunca o senti verdadeiramente. Porque tu, tu não permitiste, escondeste, omitiste e finges que estás melhor assim.
Que estejamos todos bem assim... Não percas o teu rumo, como eu estou a perder o meu. Um dia vou-me encontrar, e talvez aí eu já encontre o mundo a que pertença, e o carinho permaneça em todas as eras da vida a que o tempo um dia me levou!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Crónica da Amizade Intemporal: Correntes do tempo

Procuro muitas vezes as palavras que me faltam para expressar o que ainda ficou por transmitir.
A verdade é que, não há nada que consiga fazer para que isso aconteça, principalmente, quando é algo que me transcede.
É puro com todas as suas chagas, todos os seus detalhes, todos os seus pseudo-dramas, dramas e dramatizações. Especulações, esperanças, ternura, carinho e, por vezes, insegurança de tanta segurança.
Não sei como explicar aquilo que sinto... Sei apenas que sinto e sinto demasiado.
Sinto tanto, que acabo por sofrer com o que sinto.
A falta faz-me sentir tão sozinha, no meio de tanta gente. Mas não existe ninguém que perceba como vocês me percebiam, apenas com o olhar. Ninguém para se rir das mais pequenas expressões, interjeições ou até mesmo ironias.
Penso muitas vezes que é desta: é desta que me deixam e vão partir, porque todos nós seguimos rumos diferentes, e nós não somos diferentes... Todavia, somos únicas, quando sabemos bem que o esforço é quase nulo quando nos entregamos a esta corrente de união que une 6 mulheres há 8 anos. Quando o esforço é maior, quando vemos que a corrente é contraria a nossa maré.
Quando sabemos o quanto damos de nós a cada uma...
Perfeita noção, temos nós, quando o que todas procuramos é o mesmo porto de abrigo que nos acolheu há 8 anos atrás.
O que nos juntou, não é o mesmo que nos separa, mas é o mesmo que nos traz de volta alguma réstia de esperança do que ficou, para revivermos. Vivemos agarrados por algo que nos faz acreditar, faz parte da essência do Ser Humano, acreditar em algo que nos faça sentir seguro.
Orgulho é o que sinto por vocês...
Saudade é o que me corrói....
Insegurança por me querer voltar a sentir, novamente segura nos vossos braços, sermões, sorrisos e mal-entendidos, vozes da razão e gargalhadas partilhadas.
Todos nós com os nossos defeitos!
Cometidos os erros... Erros ainda por cometer...
Há sempre forma de encontrar o perdão, mas no perdão do afastamento é sempre inseguro o esquecimento, para que tudo se recomponha.
Já foi mais facil, já se tornou mais dificil...
Ainda procuro largar a nostalgia e passar a viver aquilo que, hoje me deixa melancólica.
Não há nada que vos leve do meu coração encarcerado, fechado a 7 chaves. Contudo, também já houve muito que vos mantivesse unidas no espaço do meu peito.
A vocês me entreguei: entreguei a chave da porta da minha vida e não ficará entre-aberta, porque para vocês estará aberta para entrarem e fechada  para que sair, não seja mais uma opção, a não ser que o motivo seja a infelicidade.
Não me larguem, por favor!
Não me deixem voar, sem voar uma vez convosco e, retornar ao voo a meio caminho!
Não há borracha que apague o que eu escrevi convosco, mas também não há caneta permanente que faça durar para sempre.
"É eterno enquanto durar", assim o dizem... Por favor, duremos para sempre?
"São meras palavras, escritas pelo tempo"  correu tão natural que me faz ambicionar e querer mais do que aquilo que nunca me prometeram.
Até o silêncio dos nossos momentos, acabaram por me parecerem promessas feitas e esperança acumulada que me mantém feliz. Ou, pelo menos, quando o pensamento não vagueia cheia de duvidas e inseguranças que atormentam as certezas de anos.
Mulheres da minha vida são vocês, são a minha força!
Sem a corrente que nos une, eu quebro asa e perco a sabedoria de voar, ou pelo menos, de saber qual o meu rumo agora.
Resta-me acreditar, depois de duvidar parvamente e temporariamente, que um dia tudo voltará, que a amizade que nos uniu, será a mesma que me ancora, ainda nos dia de hoje....
Que a mulher que sou, poderei partilhar convosco e ser o melhor que posso para cada uma de vocês.
Por favor:
Não há pagina que voe à minima brisa, sem que haja um marcador, rochedo, papiro que proteja.
Não há abrigo sem que haja um porto, uma casa.
Eu escolhi como casa o vosso coração, anseio que não pare de bombear pela nossa amizade.
Adoro-nos, adoro-me quando vos tenho e mais importante: ADORO-VOS
Acho que "sofro" da chamada: Crónica de uma Amizade intemporal



"We are the reckless
We are the wild youth
Chasing visions of our futures
One day we'll reveal the truth"
Youth- Daughter

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Um sorriso com muitas lacunas


“Percebi que os sorrisos servem para uma data de coisas, como por exemplo para tapar buracos que aparecem quando o mar das palavras se transforma em deserto”- Lua de Joana



Sofremos todos do mesmo: dum mar de memórias, de palavras, de vivências das quais não podemos ver-nos livres, mesmo que fosse essa intenção.
Preenchemos as lacunas do nosso sofrimento da melhor forma que conseguimos, mesmo seja essa a pior forma.
Sofremos todos do paradoxo: não queremos viver com... nem podemos viver sem...
Somos tremedamente adaptativos como assim manda a lei da vida, da sobrevivência, neste mundo de "loucos".
Esboçamos sorrisos de todas as formas, de todos os tipos e por todas as razões. Sinceros ou não... Nem ponho isso em questão.
Nem sempre as palavras conseguem expressar tudo, nem sempre chegam, nem sempre nos ocorrem no pensamento. Quando isso acontece, tenho a certeza absoluta que, num mar de palavras, acabo por ficar em pleno deserto. E a tendência que tenho: ^Sorrir. Mesmo que seja um sorriso duvidoso, indeciso, confuso, confiante...
Quando preciso de ter fé naquilo que perdi, animo-me com o som duma gargalhada.
Sofremos todos por perder aquilo que nos habituamos/habituaram a ter, porque nunca nos vimos sem...
Mas também sofremos todos do mesmo mal: Habituarmo-nos rapidamente àquilo que nos deixa abatidos.
Comodidade, Conformidade, hábito, costume... Há primeira vista, inócuas. Com outra visão: fazem-nos perceber que realmente caímos numa realidade a que nos sujeitam e não aquela que queremos criar.
Desistimos muito cedo, mas não gostamos de desistir.
Saber de ante-mão que não vale a pena é uma coisa, desistir porque achamos que a vida é assim é, de facto, e atrevo-me mesmo a dizer, ignorância.
Nem tudo podemos pôr por palavras, nem me atrevo a fazê-lo (aquelas que vamos buscar ao nosso "dicionário de vocábulos"), se assim fosse, seriamos claramente censurados.
Sofremos todos por complicar tanto o que é tão simples, mas temos de admitir, há coisas que tornam o labirinto impossível de percorrer, nem com mapa.
Eu cá não sofro por sorrir, não sofro por gostar de preencher lacunas.
De vez em quando, percorro o baú, de vez em quando tendo a fechá-lo a sete chaves.
Não sei o que é melhor ou pior. Sei que meio termo é coisa que fica dificil de encontrar no meio desta insanidade.
Tapamos buracos com receio de relembrar a verdade. No entanto, considero que dentro da verdade, haja várias verdades que se completam.
Assim como eu me completo quando relembro o baú e como quando decido-o fechar por uns tempos.
Continuo sem saber o que me define: se o relembrar, se o viver... Talvez um pouco dos dois... Vou permanecer algum tempo sem saber.  
Contudo, há algo de muito caraterístico em todos nós: a forma como sorrimos, como encaramos o sorriso e como o ouvimos/vemos.
Meros desvaneios e desabafos de um sorriso que preenche as lacunas que, a memória vai tendendo a "esconder" o mar de palavras que se tornou num deserto ao olhos de quem não as entende, não as consegue usar, ou ouvir. Outras questões se levantaram, mas isso agora, não interessa mesmo nada...