quarta-feira, 25 de junho de 2014

Controlo do tempo: o ser que nunca foi

Não posso ser aquilo que fui... quando dou por mim, mudei. Quando olho para trás noto que até o próprio Mundo mudou. Poderia perguntar-me o porquê, mas na realidade prefiro não o fazer.
As dúvidas e questões que se tornam permanentes na  vida, nem sempre são colocadas por medo que algo mais possa mudar.
Mudar já por si pode não custar, mas pode trazer ao de cima mágoas, que não percebi que foram a razão para tanta mudança.
Eu sou tudo aquilo que vivi e serei aquilo que ainda me resta viver.
Não quero nem preciso de medir o tempo
Não quero nem preciso de prever o que pode acontecer.
Mania de contar, minutos, horas, dias...
Mania de esperar que o tempo passe, que o tempo pare.
A grande mania de adivinhar o futuro e contar quanto tempo falta para algo...
Sonhadores... Nós somos. Traçamos objectivos em futuros próximos, mas esqueçemo-nos que tudo pode mudar em questão de minutos.
Não sou dona do tempo, não controlo o tempo. Já o quis controlar, por pensar que era uma forma de conseguir controlar a minha vida.
Não funciona assim... Nunca funcionou, nunca poderia funcionar.
Se conseguisse controlar, poderia prever o que aconteceria, como poderia reagir, como me comportar.
Era tudo óptimo não era?
Tudo mais fácil não era?
Não, nós tendemos a complicar o que fácil já é. Mas o Tempo não teima em ser fácil, nem difícil. Tempo é simplesmente o tempo.
O que mais me arrependo, foi de tentar controlar tudo à minha volta, com medo de que aquilo que bem me fazia sentir, pudesse desmoronar-se em três tempos. 
Saiu-me o verdadeiro "tiro pela culatra", quando aquilo que tentava tanto controlar, só fazia pior, por não encontrar a sua liberdade de acontecer naturalmente. Estava a forçar algo, apenas para me sentir melhor.
Forçar aquilo que natural devia de ser livre, foi o pior que me aconteceu a mim.
Quanto mais me perguntam se tudo está a correr bem e eu respondo, como se realmente soubesse, fosse a dona da razão, é quando percebo que não. E eu não me apercebi, porque controlado tudo estava. Não estava...
Aquilo que livre é, não se controla. 
Mentaliza-te Inês! Mentaliza-te que há coisas que têm de achar o próprio rumo... Há coisas que são como são e há muita coisa que muda com o tempo. Muda contigo, muda com o Mundo!
Precisa de mudar...
A mesmice é o que controlamos por prevermos, medirmos.
Tenho de parar de viver na mesmice, parar de ter receio do desconhecido e parar de tentar controlar tudo o que se passa na minha vida. Só posso controlar as minhas escolhas e nem mesmo as consequências tendem a ser previsíveis.
Paro para pensar, mas não posso achar que tudo para porque eu não sei que mais fazer, por achar que perdi o rumo, o "fio à meada". Por achar que me perdi a mim mesma com tanta mudança em tudo o que me rodeia, a mim, inclusivé.
Sou a soma de tudo o que se passou em mim, no meu mundo e no que me rodeia.
Mas não posso ser o que nunca fui, o que era.
Não posso ser o que fui quando não sou o que era.
Repito: Não posso ser aquilo que fui... quando dou por mim, mudei.
Tudo mudou... tudo mudou...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Mente confusa, coração ingénuo e boa vontade inocente

Meros objectos, trocados, reutilizados...
Só se é usado vezes demais quando se cai em tremenda negação quanto ao sofrimento em que se encontra.
És capaz de abrir os olhos de vez? Põe um ponto final...
Já passou... Deveria ter passado. Acabou? Por favor?
Já lá vão 5, 6,7 vezes e há sempre algo de magnético que me força a ir até esse teu centro de energia.
Só cai quem quer, e quem não quer mas deseja tanto.
Pensei que a carência encontrasse o seu fim... Mas não é carência
Então, mas que raio é?
Não sei...
Ou sei...
Mas o que será?
Pára! Larga! Deixa-me... Ai!
Constante "vai não vai"
Bom quando dá, mau quando nem falamos. Parece que existe rancor, em algo que ninguém fez de mal. Depois existem os pedidos de Desculpa... Mas do que? De desejar e largar ao fim de um tempo, porque é assim que estamos habituados e decidimos...
Mas que merda?
Como chegamos a isto? O que é feito de nós? Porque não ficamos apenas no "conhecidos" e pronto...
Fala, não fala... quer, não quer
Remorsos de que os braços de outro alguém sejam sempre melhores do que os nossos.
O receio de que esta roda giratória termine e a perda seja irremediável se um dia cairmos em nós e percebemos que o que sempre quisemos, estava mesmo à nossa frente. E nós, nós apenas brincamos, fomos inocentes, ingénuos. Tivemos o que queríamos, largamos para ter mais do que queríamos. Voltámos a agarrar por pura segurança, a largar por insegurança. Preferimos ter sempre e tomar garantido, caso existisse o "grito de socorro" ou desejássemos o que já conhecíamos tão bem...
Já terminou? Teve um fim?
Porque não coloco um fim? Que quero eu?
Ai que mente confusa....
Não, eu é que faço da minha mente confusa, do meu coração ingénuo e a minha boa vontade inocente.
Parei de falar, na esperança que voltasse a querer e tudo voltasse de novo... Mas eu não quero isto para mim, mas já quis.
Caí porque quis... Vou parar de querer cair?
Julguei que quisesse melhor para mim... Julguei tanta coisa e não me contentei com o que é a realidade
O problema é bem claro: eu não sei o que quero para mim, mas acabei de descobrir aos poucos que realmente, há coisas que eu não quero para mim!
Será desta?! Terminou a "inocência" amarga e o sofrimento ilusório causado a mim mesma?!
Eu não sei, ou sei... O que será?

domingo, 15 de junho de 2014

Uma última noite...

Repenso e repenso... Volto a pensar e a perguntar-me: "E se..." Nunca tentámos... Sempre me acomodei a ti, a ter-te sempre quando um ou outro quiséssemos. Nunca mais que cem dias, que cem horas... Era apenas fugaz, era apenas aventureiro. Sei que poderia refugiar-me nos teus braços e não pensar mais. Sei que fosse qual fosse o motivo, a gente encontrava-se, onde quer que fosse, como fosse... Sempre vivi com medo de que o que sentisse estragasse, ou nunca funcionasse se fosse doutra maneira. Se de repente a liberdade que via nos teus olhos, um dia nos prendessem e tudo ficaria perdido num olhar de arrependimento, ou tudo pura e simplesmente mudasse, é isso, medo que tudo pudesse mudar...
Todos os dias, tudo muda e muda... E tudo sem retorno. Mas tu, tu, eu não queria que mudasses. Não queria que mudasses esse teu encanto por mim, mesmo que nunca fosse mais de 100 dias... Mesmo que um de nos desaparecesse, ou alguém novo entrasse. Regressava a ti com o maior dos deslumbres, mas sempre a fugir da mudança.
Hoje, lembrei-me que nunca lhe contei da tua existência... E já la vão mais do que 100 dias, muitos mais! Sem contacto, (nunca precisamos), mas hoje senti essa falta... Em discussão feroz, lembrei-me que nunca lhe contei e nunca percebi porquê. Não foi por medo de que ele ficasse com raiva. Nunca lhe dei o direito para isso, mas talvez porque hoje, senti algo nele, o que sentia cada vez que te via. E percebi-me, talvez tivesse saltado de cabeça e nem me apercebesse que, se calhar o meu lugar era noutro sitio. Entreguei a minha liberdade ao sentimento por alguém em quem ainda acho, com toda a convicção, que me prende duma forma que eu gosto. Que me dá equilíbrio e me faz, duma vez por todas, ter de aceitar a rotina duma vida.
Pergunto-me se ele seria capaz? Capaz de me largar por uma aventura, largar o equilíbrio e agarrar toda a liberdade que eu já tive, mesmo sem lhe contar. Nunca foi em momentos iguais... ele apareceu depois de eu dizer a mim mesma que apenas e-mails nunca me bastavam para sentir a tua/minha liberdade. Não bastavam, não eram suficientes e queria sempre mais... Mais implica a consequência de que a única coisa que eu não queria que mudasse, eras tu.
 Então parei...
Perdi-me no contacto e prendi-me a um novo sentimento que me fez mudar e gostar. Pergunto-me o porque de não lhe contar e como reagiria. Mas sei que ele não me faria o mesmo... Exagerei na discussão por momentos de ciumes e, ri-me. Ri-me, porque nunca tive de sentir isto... Tudo foi novo, porém apercebi-me que poderia apenas ser atracção, meramente física, o que eu entendo perfeitamente, pelo menos o motivo. Sei reconhecer. Sou Mulher. Mas é só fogo de vista, nota-se que ele nunca olhou-a com os olhos com que eu te olhava, sem ter de sentir a mera atracção que nos atraia como dois pólos distanciados por 100 dias.
Eu sei que ele já pensou em... Ele já quis... Talvez o tenha feito! Choro de pensar... Todavia, aceitei, porque a verdade é que também sinto por ele o que sinto por ti. Ele precisava de perceber que eu estava errada nos ciumes que qualquer mulher tem, ele queria perceber que é por mim que cai de olhares fascinados e mera atracção física por alguém como ela, com quem nunca pode estar. Só me teve a mim, ambos novos e depois de eu tomar a tal decisão que me atormenta.
Atormenta hoje especialmente... Mas é ele... Eu assentei e tive que mudar!
Aquilo que eu não queria que mudasse em ti, em nós, teve de mudar... Não como sempre temi, tememos. Mudou porque terminou... O meu companheiro de liberdade teve de ser levado e continuado na liberdade que já não era eu. Eu acorrentei-te, podes ser sincero! Não mereces isso, quando não era o que eu queria que acontecesse comigo.
Uma ultima noite, eu pensei e lembrei-me de ti como se vivesse de novo, por uma ultima noite.
Uma última noite e eu sei porque nunca lhe contei, nem contarei... Acho que ambos sabemos a razão. E ambos sabemos que a aventura achou o seu rumo e assentou de vez...
Eu fico com ele... Não tomei a decisão de ficar com ele, foi a minha liberdade que escolheu prender-se a ele que me faz sentir bem e gostar de me sentir a partilhar o que resta da minha liberdade, numa relação. Com ele mudou, contigo não muda a recordação!
Parece-te bem? Por favor, "Voa" ... Eu pousei e encorajei-me a aceitar que é isto que tinha de acontecer. Entregar a minha liberdade de corpo e alma, a ninguém melhor que ele!
Uma última noite... Uma e apenas um última noite e despeço-me com todos o carinho deslumbrado pela minha visão nos teus olhos ternurentos ao olhar-me... Eu não lhe conto, não conto a ÚLTIMA NOITE...
No entanto, eu sei que ele o fez, eu noto e sinto o que ele fez...


   "Everything changes... But this? This still hasn't. Not for me. That's a lesson!"

(baseado no filme "Last Night")

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Há sempre uma queda, há sempre um muro: Procuramos diferença e teimamos em ser iguais na originalidade.

Há sempre uma queda... Há sempre um muro... Procuramos mudança, mas não gostamos daquilo que não é mudado por nós... Procuramos diferença e teimamos em ser iguais na originalidade. Repito: há sempre uma queda, há sempre um muro. Há sempre uma rotina, por mais inovadora que ela seja. Na diferença, existe semelhança. E isto, ninguém muda se realmente não o quiser.
Embarquei na mudança que me levava contra a maré e, por alguma razão, acabei por gostar do rumo que foi tomando.  
Existem decisões que temos de tomar, existem momentos em que basta decorrerem.
Há sempre um sofrimento... Há sempre uma dor a "gritar" mais alto... Há sempre uma ferida mal sarada. É preciso tratar de buracos ainda abertos e cicatrizar todas as feridas abertas que ainda nos magoam, mesmo sem ser preciso carregar nelas.
Quando digo Nada, quero dizer Tudo. O tudo e o nada acabam por se igualar na roda viva de emoções. Há sempre incertezas dentro das certezas mais inseguras das nossas vidas.
Pergunto-me o que é que não há, quando sentimos tudo e não queremos sentir nada. A apatia só funciona quando o sofrimento a que nos submetemos, ou melhor, nos submetem já se torna tão presente, que a tolerância a dor se torna maior a cada dia que passa e acabamos por não sentir mais nada... Por tanto sentir, sim, acabamos por não sentir mais nada. Acreditam nisso? Acreditam mesmo nisso?
Acreditar tornou-se recorrente em situações de tamanho desespero, por isso, não interessam as nossas crenças agora. A realidade tornou-se cada vez mais presente, deixou de haver optimismo e deixou de haver extremismo do negativismo. Realista, é o que nos obriga a ser.

Há sempre um mundo, há sempre uma verdade, há sempre um sorriso pronto a ser descoberto. 
Cada um com a sua verdade, cada um com o seu mundo, cada um com a sua batalha para encontrar a felicidade.
Eis a verdade universal: felicidade são apenas momentos que vamos descobrindo e podendo viver de vez em quando, porque na realidade, não podemos permanecer muito tempo na felicidade, sendo esta um estado atingido por momentos "auge" das nossas vidas. Quando damos por nós, estamos novamente a "descambar" na agonia e novamente, a procurarmos a felicidade. Perdemos mais tempo a procurá-la do que propriamente a vivê-la. 
Mas para encontrar esses momentos efémeros de felicidade não precisamos primeiro de nos encontrarmos a nós mesmos?
Eu perdi o meu rumo algum tempo, mas sei que existe um "eu" por aí prestes a ser descoberto.... Há sempre algo perdido em nós, há sempre que nos faz falta para permanecermos completos. Mas bichos teimosos e ambiciosos como somos, não vamos parar de encontrar o que nos completa e quando pensamos que encontramos, é quando percebemos que há mais em nós que está a faltar.
Há mais nesta vida que precisamos de descobrir. Há mais sorrisos perdidos. Há mais no tempo que não apanhamos por ficarmos parados, quando este não parou!
Há mais tanto e há mais nada... Há, é o que há. E teima sempre em haver.... Mas se há, porque não temos o que há? Se não há, porque teimamos em querer ter?
Paradoxos e confusões. Bichos confusos sempre em busca de respostas, para as quais, nem sempre tem as perguntas certas.
Já alguém dizia e diria até, muito bem: "Se queres obter respostas, terás de saber colocar as perguntas certas. Ou nunca ficarás satisfeito com as respostas." Mas algum dia ficaremos satisfeitos com esta insaciável forma de viver? Já nem falo do consumismo, falo apenas de consumir a própria vida e o nosso próprio ser.
Volto a dizer: 
há sempre uma queda, há sempre um muro. Há sempre uma rotina, por mais inovadora que ela seja. Na diferença, existe semelhança. E isto, ninguém muda se realmente não o quiser.
Embarquei na mudança que me levava contra a maré e, por alguma razão, acabei por gostar do rumo que foi tomando.