terça-feira, 20 de outubro de 2015

Esquecemo-nos disso mesmo, de sermos nós!

Acredito que para aliviar é necessário querer mudar de alguma forma...
Digamos que e se as mudanças forem más?
Quem saberá dizê-lo?
Aos pouquinhos procuramos e procuramos...
Há sempre altura de descobrir que afinal sermos nós não está a resultar, talvez porque nos esquecemos disso mesmo, de sermos nós!
Para haver humanidade, precisamos de humildade
Para haver sorriso, é preciso saber fazê-lo mesmo ser buscar um motivo.
Os pensamentos positivos existem, os pessimistas também... Mas e os realistas que nos fazem descer à terra?
Estava a gostar da minha lua, estava a gostar de viver na lua, para poder ficar na terra.
Só nos sentimos bem em casa, mas que significa isso?
Muitos dizem onde está o coração, onde nos acolhem... Casa é casa e casa sabe bem! Eu bem vos digo...
Enquanto uns sofrem com problemas, do outro lado do mundo existem outros que não há maneira de serem resolvidos.
E reclamo eu do quê, afinal?
Nada que me queixar... Cada um com o seu problema, mais grave, menos grave... Algum juíz para determinar isso?
Procurei sempre a verdade, procurei sempre aliviar com a verdade e, por vezes, acabo por sofrer consequências de dizer a verdade e nada mais que isso.
Tudo doi, tudo passa, tudo alivia. Seja la o que for.
Força... Onde está ela? Onde menos espero eu... onde menos esperas tu, nós, os outros.
Caminhar é fácil, descobrir a saída do labirinto começa a tornar-se complexo.
Bem-vinda aos 20... Gostas? Espera pelos 30, 40...
Vamos a isso.... É como tudo:
"vai passar... vai passar!"

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Fogueira de memórias, queimar de motivos


Peguei em mais de mil motivos, atirei-os contra a parede e achei que se partiriam em cacos, tal como um copo de vidro. Não pensei no azar que me daria, nem os 7 anos que poderia ter a desculpa de ser o azar de um copo partido.
Atirei as memórias para uma fogueira e esperei que elas ao se queimarem, desapareciam, pura e simplesmente.
E pura e simplesmente voltei a ser ingénua.
Mais uma vez...
Só mais uma vez a memória a pregar partidas, o cérebro a complicar, os olhos a querer descomplicar e no final, tudo uma verdadeira confusão.
Achei que se queimasse, partisse ou os atirasse que tudo se tornava simplesmente brilhante...
É o mesmo que ir à busca do pote de ouro no final do arco-íris.
Mas que se anda a fazer aqui no final de contas?
Querer tudo, sem primeiro assimilar, resolver, aceitar...
Querer, desejar: caprichos, vontades, bem dizeres, mesquinhices. Tudo o que se procura em busca da felicidade, como se isso fosse sinónimo de estado de espírito. Desenganem-se!
Apenas é momentâneo, é considerado momento, efémero e quem sabe trágico se assim for pessimista, no entanto, um contentar para quem for optimista.
Que se lixe o tempo que diz curar, mas apenas atenua e torna num hábito ao qual se decide viver.
Qual lidar qual quê?
Vou voltar ao inicio e, esperar simplesmente que aconteça:
Peguei em mais de mil motivos, atirei-os contra a parede e achei que se partiriam em cacos, tal como um copo de vidro. Não pensei no azar que me daria, nem os 7 anos que poderia ter a desculpa de ser o azar de um copo partido.
Atirei as memórias para uma fogueira e esperei que elas ao se queimarem, desapareciam, pura e simplesmente.
E pura e simplesmente voltei a ser ingénua.
Mais uma vez...

terça-feira, 23 de junho de 2015

Isto vai bem meus amigos, isto vai bem...

Conformismo
Hipocrisia
Silêncio
Medo
Injustiça
Diria que andam de mão dada nesta vida!
Andam lado a lado em companheirismo, como se de obediência se tratasse....
"Porque as coisas vulgares na vida não deixam saudade", a moda corroí-nos assim como a espera duma burocracia desmedida sem limites.
Segredos à muito perdidos por gritos que a sociedade teima em calar, para que nada faça sentir um clima de mudança na revolução.
Já a Revolução deixaria feliz os conformistas, no entanto, a coragem perdeu-se aos sorrisos que ficaram por dar.
Os revolucionários temeram que a saudade andasse lado a lado com a sorte, ou falta dela.
As ruas da cidade, há muito percorridas por rosto cansados de conhecer a vida e de temer o que falta conhecer.

adrenalina nos percorrera as veias quando demos por nós a descobrir a desilusão de ilusões concebidas.
Amargura que assombra um povo outrora lutador, memórias que se lembram ou se fazem por esquecer perante lágrimas que se encarregam de percorrer um rosto que jamais vira um sorriso.
"Há gente que fica na história, da história da gente" Já dizia o Fado que tanto nos mantém unidos como Humanidade.
Demos a conhecer a saudade como sinal de dor e sofrimentos pelos que partiram, mas jamais pelos que ficaram ou retornaram.
Conceito destruído por interpretações mal-feitas, por um povo perdido na esperança ou na fé de tudo e do nada que continua a tentar ser um pilar, mesmo achando nós, ser tudo "laico".
Corrompe a vontade, a motivação e qualquer tipo de sentimento que possamos vir a sentir perante algo que a nós não pertence. A corrupção de um mundo que julgamos apenas ter 5 males da sociedade: ignorância, miséria, doença, escassez e ociosidade. Misturamos nesta panela fumegante mais uns quantos que nos arruínam na nossa ambição sem limites, quedas altas e sem fim e conhecimentos limitados e formatados para nos tornarmos Robots e vivermos só para um fim comum e não para nós mesmos.
Isto vai bem, meus amigos, isto vai bem....

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Que sejam estas as nossas ruas que nos restam percorrer....

Tudo o que precisamos mantém-se à distância de um brilho próprio, comum, do mais vulgar e único que possamos imaginar, ou sequer querer. Assim como cheiro, cada um é dono do seu próprio brilho e, com certeza, é esse brilho que atrai os poucos que ainda restam.
Julgamo-nos detentores de uma segunda oportunidade seja em que aspecto da vida for. Mas não é bem assim... Nem sempre se merece, nem sempre se dá. Seja pelas razões que for, vai depender de quem as dá, vai depender da mágoa que contém ou do seguimento que quer dar à sua vida.
Nem sempre merecemos continuar junto a alguém, se a primeira falha trouxe a mente aberta para determinadas situações, ou as feridas que se abriram e demoraram a sarar. Talvez precisemos duma segunda chance mas para continuar a viver, mesmo que não seja da mesma forma, nem com as mesmas pessoas. É uma segunda oportunidade como tantas outras. Lembrem-se.... 
Esperamos demasiado tempo no escuro por uma pequena luz, quando nós somos detentores de alguma luz, aquela que nos faz sermos nós mesmos. Porque ainda estamos no escuro? Está na altura de sair... Parar de procurar e reconhecer que está em nós, apenas e simplesmente.
Não sabemos nem metade das respostas... Não sabemos nem metade das perguntas que vão aparecendo. Afinal de contas, por que raio as estações mudam? Porque tem de mudar? Ou porque caímos tão longe, tão rápido?
Porque é que os nossos corações, rapidamente se tornam em chamas ao mínimo carinho, ternura que, tendemos a  procurar seja em quem for? Dependemos sempre tanto dos afectos, que nos esquecemos de nos dar a nós mesmos. Dependemos sempre dos outros para que gostem primeiro de nós e sabermos que valemos alguma coisa, para depois sim, termos aprovação para o fazermos nós mesmos. Não está tudo errado? Está ou não?
'Bora! Vamos atirar pedras, vamos roubar carros, perdermo-nos no mundo, sermos ainda mais idiotas com ideias fixas e bichos carentes de aventura seja de que forma for, em que aspecto for.
'Bora! Vamos sofrer e vamos recuperar da melhor forma e a mais estúpida que conseguirmos, nem que para isso, tenhamos que ouvir a musica mais deprimente ou trancarmo-nos como crianças com a birra!
Vamos deixar que o quente do sol ou a molha da chuva nos reavive a memória para que possamos reagir e fugir ao fogo de uma arma.
Mais uma vez, não sei, não sabemos...
As sirenes e os sinais de fumo relembram-nos que talvez o mundo não nos encontre, mas que nós podemo-nos encontrar neste Mundo!
A Terra depende da luz para que desapareça o brilho de uma única pessoa. Mas acende-se para que todos os brilhos encantem como um sinal de que a Humanidade ainda resta em cada um de nós.
Óh! que seja! Que sejam estas as nossas ruas que nos restam percorrer....
Óh! que seja! Que sejam estas as nossas ruas que nos restam percorrer....

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ouve bem: a segurança passa pela viagem. A vida sabe o que faz...


Ouve bem:
Nem tudo corre como
planeado, nem tudo será como havias pensado...
Haverá muito fogo de vista, haverá muitas surpresas e muitas, sendo sincera, não serão nada boas.
Mas quem disse que daí não vem algo de bom?
Muito acontece, não porque acredite que tudo tenha uma razão de ser, mas se aconteceu há que tirar partido disso.
Muita coisa desaparece, para muita coisa aparecer.
O chão que te suporta, que te deixa confortável, como uma garantia que dali não passas, a qualquer momento te pode ser tirado. E porque não construir novo chão?
As tuas bases, podem não ser as mesmas, mas não deixaram de ser fortes ou ainda mais fortes.
O apoio que tinhas poderás não o reconhecer nas mesmas pessoas, no mesmo sítio, seja como for. Não quer dizer por isso, que não tenhas novo apoio, que não encontres quem te possa dar.
Olha à tua volta?
Já paraste para pensar?
O tempo, a vida não param, mas que tu não possas parar é bem diferente.
Abranda o ritmo, podes parar, é te permitido.
Olha bem, pensa, volta a pensar. Reconhece o que ainda tens, larga o que já não consegues reconhecer por muito que procures.
Haverá sempre mais para além do que conheces.
Haverá sempre mais para ti.
Só depende de ti!
Sei bem o quanto estas palavras te fazem querer dizer: "É tudo muito bonito"
Sei o quão difícil tudo se torna, pode-se tornar ou já se tornou.
Mas e então? Paraste de vez, eu sei que te disse que era permitido parar, mas não esperes que a vida espere por ti.
É bom parar e analisar o que ainda resta de ti, mas não poderás fazê-lo eternamente. Ao fim disso, existe algo que se chama lutar por nós.
O amor próprio realmente existe, só tens de o encontrar para saberes procurar o amor pelos outros.
Permite-te e entrega-te à mercê desta vida. Mas lembra-te, tudo o que termina, tem um novo começo, mas que seja no mesmo sitio que terminou.
Lembra-te: nem sempre obterás o perdão ou a razão para continuares. Mas quando assim for, a única razão é o facto de tu mesmo ainda não te teres perdoado e, não teres dado razão mais que suficiente para seguires. Quem sabe se essa motivação não está em ti mesmo. Essa é mais que suficiente ou não achas?
 Um soalho pode ser lindo e acolhedor, mas não implica que um chão de pedra não seja igualmente fresco e reconfortante.
No meio de tantas divergências, há sempre algo que arranjamos, mecanismos que nos defendem e nos deixam em segurança.
Não dependas dos outros, quando a mudança está única e exclusivamente em ti.
Não penses que isto é mais um texto de auto-ajuda, é apenas uma indignação para contigo. Para que possas entender que tudo isto, um dia, terá sido o melhor para que estejas onde estarás nesse momento.
A caminhar sobre um chão, a receber forças de um apoio e a perdoar-te a ti mesma por teres amor próprio e quereres saber o que te espera para além do que já perdeste.
Não te culpes e não percas tanto tempo a tentar decifrar de quem foi a culpa, de quem tinha ou não razão, ou de pedir desculpas.
O que está feito, feito está. Está na altura de seguires e ficares bem, seja com o que sempre te segurou, ou com novas bóias de salvamento.

domingo, 5 de abril de 2015

Liberdade aprisionada, voo des/re aprendido

Voou, como quem se libertou de uma prisão do qual não teve conhecimento. A prisão de pensamentos que o movia na vida, a prisão de que tudo teria de ser como estava a decorrer, ou como alguém nos dizia, por ser tão admirável.
Era apenas fogo de vista, fogo de vista....
Acreditou que o melhor estava para vir, que o melhor era aquilo e não haveria melhor. Até que se apercebeu que faltava algo... Sentia falta de algo...
Sentir falta do que? Como se sente falta de algo que nem se conhece, que não se sabe o que é?
Como questionar algo que sempre correu bem, sempre completou, sempre foi o suficiente e agora se tornou insuficiente para que um sorriso fosse libertado?
A prisão que censurou a alegria de um sorriso.
Era assim e era bom, Continuou assim, mas mudou tudo e tudo se manteve o mesmo.
.... Manteve-se o mesmo...
Mas não quem aprendeu a voar... Perdeu-se no que o deixava bem, por já não se reconhecer no que o sempre reconfortou. Já não era o mesmo sabendo que quem se mantinha o mesmo procurava ser o que nunca foi.
O perdão tornou-se banal e relativo, quando depende, não da situação que poderá ser a mesma, mas das pessoas que erram. A proximidade, o significado que dão à pessoa vai diferir no perdão. O erro não é grave nem ligeiro. Que interessa a gravidade da situação se mesmo assim não existe perdão?
Continuou tudo a girar, a rodar com a questão de não saber, de talvez saber, de saber e não querer.
A crónica da liberdade tirada da essência. A liberdade retirada ao voo que se perdeu, que foi desaprendido por ter parado e não ter continuado.
Que razões levam a um pássaro deixar de voar?
Que razões levam a continuar?
Que razões levam a desaprender a ser quem é?
Vai para além do que possa e consiga explicar...
É como é e terá de ser como tiver de ser. Poderá fazer mil e uma questões ao tempo, mas nem o mesmo saberá responder enquanto, simplesmente não decorrer como faz sempre: passa e logo se vê...
Não espera cura, não espera alivio, espera apenas conseguir ver um caminho aberto para que a decisão seja tomada.
Já não depende de ninguém, apenas de si... Não pode depender de mais ninguém enquanto não e reencontrar novamente e achar o que faltou para deixar de sentir suficiente a razão do seu sorriso.
Já não passa por pedido de desculpa, por esforço, por cura de mágoas e ressentimentos.
Passa apenas por si...
É isso, é isso que trama e assusta, depende apenas de si e aí começa a sua liberdade, quando se desprendeu e arranjou mil e umas hipóteses do que poderia ter acontecido, quando nada encaixou. Começou a sua liberdade.
Começou o seu voo
(Re)Aprendeu a voar e mal nenhum lhe fez... Acabou a respiração ofegante, acabou a visão distorcida e ilusória...
Apenas a si como companhia e apenas a sua dependência o libertaram da liberdade.
Seja qual for a cor da liberdade, será vista como uma aberta para o que daí vem.

"So come on let it go, just let it be... Why don't you be you, and I'll be me.
Everything's that's broke, leave it to the breeze. Why don't you be you, and I'll be me...
And I'll be me"

terça-feira, 17 de março de 2015

"Alive Inside" - crónica de vidas esquecidas

Afinal o que somos nós sem o verdadeiro processamento sensorial da nossa história, isto é: o que somos nós sem a nossa memória?
Como levar vida aos locais, cuja vida foi esquecida?
Fomos concebidos com o propósito de viver a vida e o que faz parte da vida se não é o envelhecimento?
Envelhecer faz parte de nós, faz parte da beleza e do decorrer da vida. no entanto, cada vez mais somos abordados e afectados pelo problemas das doenças mentais que aparecem mais cedo e que, de alguma forma deterioram o que de melhor guardamos duma vida inteira.
Viver sem arrependimentos é quase que impossível, há arrependimentos, sim... Mas também há o completar de que vivemos o que havia para viver e as coisas foram e são como são e como tiveram de ser.
O alzheimer é algo que me atrai, é o que mais me atraiu na psicologia. Não interessa o motivo, a não ser para mim, o que interessa é que o Alzheimer tem sido uma doença cada vez mais recorrente nos idosos a partir dos 65 anos.
Como é que uma pessoa ao fim de tantos anos vividos e de memórias guardadas, de repente fica sem saber como viveu e o que mais a apaixonou na vida? O quão assustador é, aos poucos não reconhecer os nossos, os nossos nomes e até mesmo a nós mesmos?
Isto a mim é aterrador.
 Tão aterrador, que quando assisti ao documentário "Alive Inside" percebi que há forma de tratar, a cura está na forma mais simples que conhecemos. Não digo numa cura que nos leve esta maldita doença e nos traga a nós uma vida esquecida, mas sim uma cura para os dias em que nos encontramos dementes, assustados e a querer forçar uma memória que teima em não chegar.
A maioria dos doentes mentais são tratados através de medicamentos, este é o verdadeiro tratamento para piorar a progressão da doença, para aliviar a tensão alta, para aumentar tensões baixas, para acalmar quando algo os aterroriza e deixa em ansiedade, para atrasar os problemas motores e capacidades cognitivas que daí advém. Mas e o que fica então? Fica os afectos, a capacidade afectiva e emocional permanece, pois não é preciso relembrar para saber gostar e amar quem sentimos próximos, mesmo que não recordemos ao certo o que nos é.
É instinto humano o afecto e disso que ele precisa.
Este documentário usa a música como fonte de busca para um mundo outrora esquecido. A força que a musica trás, num mundo em que a musica é, sim, universal e toda a gente gosta. A capacidade que as pessoas têm de entrar no seu mundo, sair dum isolamento, da solidão ou de nunca se lembrarem que de facto o lar não é a sua casa, mas também não será o pior lar do mundo. A música capacita e transmite a energia que os faz relembrar o que gostava na infância, o que ouviam na juventude, faz mover os pés ao seu próprio ritmo e sentir uma euforia que é acompanhado pela calmaria duma ansiedade desmedida.
Acreditem, vejam o poder que a música fez nestes idosos.
Como a música foi capaz de ter esse propósito, aquilo que medicamentos e rótulos colocados em doentes mentais para serem tratadas como apenas isso, nunca conseguiram fazer. Também as crianças, os animais são a fonte de energia e de felicidade que os faz sentir aconchegados num mundo que reconhecem mesmo que não se lembrem.
Por muito que não seja considerado medicinal e um tratamento tradicional, ajuda para que a vida seja digna e mais saudável, ajuda a que a progressão não seja tão rápida e que aceitação seja feita duma forma mais tranquila sabendo que nada está perdido, mesmo que o nosso tesouro tenha desaparecido.
O que isto me transmitiu foi apenas a motivação que me faltava, o relembrar da razão pelo qual a psicologia me atraía. Seja pelo método que for, desde que faça feliz e ajude num bem-estar e numa dignidade outrora perdida num rótulo de doença mental, é o que me interessa.
Nada é melhor do que aquilo que nos une e nos deixa o mesmo sentimento, mesmo que os gostos sejam diferentes: A música!
Isto pode realmente não vos dizer nada, mas a mim diz e muito. Apenas fica aqui a minha opinião acerca deste documentário, acerca de um problema que tem sido uma realidade não só na minha vida académica e profissional como na minha vida pessoal, em que lido com uma pessoa cuja vida lhe foi esquecida, mas que nada mudou quando o que mais quero é te-la comigo e fazê-la sentir que é digna de todo o carinho do mundo, mesmo que do meu nome não se lembre :D



quinta-feira, 5 de março de 2015

Absoluta necessidade, memória de verdades e razões concebidas

Não há memória suficiente que lembre, nem memória insuficiente que esqueça… A verdade é esta: não há como explicar aquilo que queremos esquecer e não conseguimos e, aquilo que tanto queremos recordar e não nos vem à memória.
Na verdade, deixemo-nos de tretas, até tem uma explicação simples: não esquecemos porque recordamos vezes sem conta para ter a certeza que queremos esquecer e que, ainda não fizemos por muito que digamos que é o queremos. Quanto mais dizemos que queremos apagar, na realidade, estamos a recordar o "porquê" e o" quê" que queremos apagar.
Esta é a minha verdade... Depois há a verdade deles e a verdade verdadeira.... Vá-se lá saber afinal qual é a realidade da verdade. Enquanto existirem muitas verdades, nunca conseguiremos provar que detemos a verdadeira realidade. Que ela pertence a nós e não ao outro. Queres saber mais? Também existe uma explicação para isso, também muito simples, se virmos bem: a forma como interpreto, será a forma como darei sentido à história e aí, terei a minha verdade, a verdade que eu atribuí por entender daquela forma, ter a minha perspectiva sobre aquela situação.
O outro dominará a sua razão pela forma como entendeu, que terá certos momentos em que não irá coincidir, por muito que me dê razão, ou mesmo a detenha. Por muito que as historias possam coincidir, a verdade estará nas mãos de duas pessoas, para no culminar de tudo, haver uma meia verdade que vai abranger as perspectivas dos dois e criar a verdadeira realidade. Mas isso bastará para ser considerada a verdade?
Gostava eu de ter resposta para isso e muito mais… Gostava eu…!
É com tudo isto, que me vem à cabeça a memória, razão e verdade de grandes conclusões a que já era suposto ter chegado. Conclusões que me fizeram entender que percebi, percebo e, se há coisa que continuarei a perceber,  pelas belas palavras de Vinicius de Moraes, é a amizade:

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, 
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, 
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
 E eu poderia suportar, embora não sem dor, 
que tivessem morrido todos os meus amores, 
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
 Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos 
e o quanto minha vida depende de suas existências ... 
 A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. 
 Mas, porque não os procuro com assiduidade, 
não posso lhes dizer o quanto gosto deles. 
Eles não iriam acreditar. 
 Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. 
 Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, 
embora não declare e não os procure. 
 Eàs vezes, quando os procuro, 
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, 
porque eles fazem parte do mundo que eu, 
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
 Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
 E me envergonho, porque essa minha prece é, 
em síntese, dirigida ao meu bem estar. 
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
 Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece 
é que a roda furiosa da vida 
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo, 
falando comigo, vivendo comigo, 
todos os meus amigos, e, principalmente, 
os que só desconfiam 
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.”

domingo, 25 de janeiro de 2015

Este é alguém: aquela que todos deveríamos ter na vida

Ela vai te dizer sem pudores tudo o que queres e não queres ouvir
Vai-te encher de miminhos, brinquedos que nunca julgaste dar importância.
O teu mundo vira lamechice com ela por perto.
Vai irritar-te em momentos de silêncio com os barulhos mais estranhos que possas conhecer.
Vai irritar-te cada vez que  vir algo que acha não estar de acordo com os termos da sociedade.
É verdade, ela poderá tirar-te do sério até nas mais pequenas coisas, que para ti são tão banais, para ela poderá ser algo intenso a que ela dará tanta importância.
Mal ela chore, terás que ter um lenço à mão, porque ela vai-te pedir.
Ela vai irritar-se com uma nota abaixo de 15, se um 15 já não for o fim do mundo para ela.
Calma, ela também se irrita, não te vai irritar apenas a ti.
Ela é capaz de te envergonhar, porque nem imaginas o que o computador dela esconde. É um eterno baú de recordações de vídeos e fotografias mais vergonhosos que algum dia imaginaste. Nem te vais lembrar de algum dia teres tirado aquela foto, em que dia foi e porque raio ela tem aquilo...
É difícil decifrá-la: seja em presentes, seja no facto dela andar indecisa, sobre o que fazer para os seus anos, tipo... 1 mês antes. Isto, se ela não te levar contigo a percorrer todos os concelhos à procura dum bom restaurante, para no fim, acabar no mesmo de sempre.
Ela quer inovar, mas gosta do que sempre  a fez sentir segura e confortável.
Já te disse o quão difícil vai ser decifra-la? Até mesmo a tentar perceber a letra dela... Vai ser o fim do mundo, nem com o mais digno método de captação de letras.
Vai-te esmurrar com o braço por ser esquerdina. E tossir ironicamente, quando não é irónico, é mesmo a sua forma!
Ela vai querer o mundo inteiro e não quer menos que isso, mas acredita quando te digo que mesmo tendo o mundo inteiro, ela dá-te um pedaço dele, o que for mais rico em termos de amor.
Ela refila e critica muito, mas tudo por ser o mecanismo de defesa dela. Por ela já se ter sentido inferior e menos bonita. No entanto, ela é a linda albina de olhos verdes profundos...
A confiança dela mostra-se através das suas palavras.
É a lutadora da comunicação e nunca te deixará mal. Os conselhos dela podem te parecer absurdos, mas mais tarde, em situações semelhantes acabas por te lembrar das suas palavras e perceber que a forma dela pode ser a pior de sempre, por ela não se fazer entender, mas a razão esteve sempre lá.
Sim, ela perde muitas vezes a razão pela forma como diz as coisas, e é a mestre da comunicação, mas ela não diz com intenções de magoar, mas sim de mostrar o seu optimismo e desvalorizar o que tanto magoa.
No entanto, é a primeira a sofrer com as mais pequenas coisas e vai precisar de ti, porque é aí que vem ao de cima a verdadeira Martinha.
É capaz de te enviar mil e um stickers horríveis, mas tudo com a intenção de te dizer: "gosto muito de ti!"
Ela quando gosta, luta.. E posso estar a descrever-te a pior pessoa, mas engana-te quando te digo, que estou a descrever-te o pior dela, porque é pelo pior que valorizamos o melhor. E graças a isso, eu aprendi a dar valor ate no seu feitio. (Sim, há coisas que ja nem sao defeito, são feitio.)
Aprendes a lidar com o melhor e o pior. ela dá-te o mundo, se tu apenas lhe deres atenção.
Ela vai-te entupir o telemóvel com chamadas, só para seres companhia dele no comboio. Contudo, é por ser a ti que ela recorre sempre que precisar de ser ouvida. E ela mesma tem um bom ouvido. As palavras não serão muitas, mas ela é óptima com acções/gestos.
Faz-te rir ao primeiro minuto e não te vai deixar mal.
Mesmo chateada com ela, ela fará tudo por ti.
As lágrimas, os sorrisos e até o que mais te irritar nela, será o melhor dela.
Se ela te irritar, acredita:  ela gosta de ti. É a maneira dela gostar... É justo ou não é!?
Ela não te dá abraços, ela encosta a cara dela e finge que é um gato, mas tudo para mostrar que até nestas estranhas caricias e muito "especiais", a Martinha é das mulheres que devias manter a teu lado.
Todos devíamos ter uma Marta na nossa vida. E eu tenho!
Desculpa se foquei demasiadas coisas que digo irritar-me, mas acredita que são o que mais adoro em ti!
Mas olha:


Acabou a lamechice! :P