sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Carta" de mim para ti, para nós. "Carta" pouco sábia, mas algo carinhosa.

De: Mim
Para: Ti (faz sentido)
                        Não é uma carta regular, não vai directamente para os correios. É algo inovador que quero que tu e quem lê a carta, perceba que as palavras que te estou a "escrever" servem para aquilo a que chamamos de Amizade, seja lá isso o que for para cada um de nós, não é verdade? Visto que nos dias que correm, cada um tem a sua própria definição das palavras mais usadas sem qualquer sentido... Mas como eu sou diferente, sei o que significa e comprovo isso cada vez mais com cada um de vocês, que permanece "junto" a mim dia após dia.
  Se há coisa que aprendi contigo, minha voz da razão, é que só sabemos o que é estar em casa quando sentimos realmente saudades e quando regressamos nos sentimos tão bem. Não vou mentir que isto foi tudo o que quis e insisti neste meu sonho caro e difícil de prosseguir. Mas precisei de o fazer por diversas razões, Às quais não irei mencionar, sabendo que tu sabes!
  Como a letra da música diz: "Only hate the road when you’re missin’ home". Não há nada como nossa casa e por casa digo mesmo família, e por família não me refiro a laços de sangue ou algo do género, mas também àquela que escolhemos fazer parte da nossa vida para sempre, ou melhor, sempre não gosto de usar. Podemos, no entanto, dizer eterno enquanto dura. Sempre ouvi tal expressão, que de alguma forma, sempre fez todo o sentido para mim. 
  Tu que enches os meus olhos e pensamentos com razao, que me ensinas a entender coisas da vida que não entendo, até mesmo aqueles que não é suposto entendermos. Enches os dias com sorrisos ou lágrimas. Tu, sejas tu quem fores (serve para muita gente a carta que te escrevo, nao leves a mal), que quando nos chateamos precisamos sempre de tempo sem falar, ou sem resolver. Porque mesmo chateados algo nos diz que não vamos deixar de gostar um da outro, são coisas que fazem parte. Nem sempre é necessário estar tudo no seu auge, nem sempre falamos, andamos para todo o lado juntas/os. 
  É certo, há sempre aquele momento em que nos apercebemos que as coisas vão mudar, que vai custar, vai ser tão diferentes que vamos mesmo chegar a pensar o quão deslocados estamos naquele momento. O quão difícil se torna olhar para alguém novo e dar uma oportunidade de tentar fazer parte de nós, porque achamos sempre que nunca chegará aos calcanhares de quem já faz. 
  A verdade é que necessitamos de dar essa oportunidade, porque mesmo afastados estamos juntos, isto até que faz sentido se tu, que lês a carta e a quem me dirijo, pensarem bem nisso.
  Pára de te deixares abater pelas dificuldades, bates no fundo e toca a levantar esse rabo para arranjares solução de saíres daí. Seguir caminhos diferentes não implica obrigatoriamente terminar uma relação de anos, meses, o que seja. Mesmo não havendo os momentos constantes, existe a cumplicidade que sempre houve. Haverá pessoas que vão querer seguir outro rumo e escolhem seguir sem ti, não significa que não sejas importante ou não foste, mas aconteceu. Não foi algo premeditado ou que quisessem, mas nem sempre as coisas tomam o rumo do final feliz por que todos anseiam. É preciso tomar decisões, e quando sabemos que já não conseguimos dar nada mais a essa pessoa, fazê la feliz, então a melhor coisa a fazer e a pior é largar, libertar essa pessoa.
  Tu não o fizeste! afastas-te, enervas-me, deixas-me a chorar e a sorrir. Mas sobretudo dás-me quase todos os dias a certeza de que a escolha que fiz em manter-te a ti e a outras pessoas na minha vida, foi a decisão mais acertada e das únicas certezas na vida. Só considero amizade, quando esta se torna uma certeza e tu conseguiste ser uma razão que me mostra muitos lados da vida para além do meu. 
  Com esta carta, quero que penses seriamente que, seja qual for a fase que te encontres agora (assim como eu estou numa má fase) os ombros de chumbo e portos de abrigo estão algures dentro de ti e a vaguear por esse mundo que pode ser só Teu, se o quiseres "adoptar". Mas trata-o bem, porque em segundos pode se desmoronar se não prestares atenção aos pequenos detalhes que darão origem aos maiores.
                                                                                      Com tal estranha carta, não tão sábia, mas com orgulhosas palavras, eu despeço-me com todo o carinho do mundo, na esperança de que leias e te revejas nas palavras que escolhi para aqui colocar. Que percebas que isto é um "abre-olhos", uma eterna saudade, uma miudíce de sermão e sobretudo uma amizade que será eterna enquanto durar e conhecendo-te como te conheço dentro de mim, bem junto de mim, sei que será tão longa, quanto o tricot que iremos fazer durante anos na nossa velhice.

                                                                                   Beijinhos, tua Ninó :D *.* ( Carta para a Susana... Esta é dedicada a ti e no fundo a muita gente que se revê nestas palavras e nesta amizade)

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