sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Consumismo de divagações: "hipocrisias" desmedidas

A mesmice que nos consome permanecia mesmo depois das vezes em que teimava fechar os olhos e respirar fundo. 
De nada serviu, se aos abrir percebia que a mudança passava por mim. 
Senso comum de que tudo muda inclusive eu, que ja não sou o que era nem nunca consegui ser na sua plenitude. 
Esperamos milagres por satisfação própria, mas obtemos ilusão por (pura) culpa própria. 
Acostumei-me, fechei os olhos, recuperei a respiração normal,
abri-os e continuei...
"Pior cego é aquele que não quer ver". Eu quis ver... Quis tanto ver que no momento seguinte, desejei não ter visto.
O turbilhão de emoções presas naquela miragem despreocupada de como quem busca algo e acaba por achar o que não queria.
Os dotes de quem cria ditados populares entram em vigor, em situações de grande desespero, perante aquilo que queremos enxergar.

As mudanças dão-se porque algo precisa de sofrer uma reviravolta para encontrar o seu equilibrio normal, pergunto-me se isso funciona da mesma forma, em todos os campos da vida...
Poderá apenas ser as dúvidas de quem, um dia, teve certezas a falarem mais alto.
Bom era se as coisas mudassem por si mesmas, sem que fosse preciso um clique de sofrimento para despertar a necessidade de ter que ser o proprio a mudar o que desiquilibrado se encontra.
Começo a despoletar todo o tipo de vocabulário ao meu dispor, para encontrar verdadeiros significados para certos conceitos, até aqui, julgados e dado como aprendidos.
O quão enganados andamos, no final de contas. O quão iludidos gostamos nós de viver. 
É triste ao ponto que isto chegou.
Mas mais triste é continuar a querer fechar os olhos e achar que se respirar de forma diferente, algo acabará por acontecer. 

Não sei bem o quê, de quê, nem porquê, muito menos como...
Sem nexo é aquilo que tanto queremos que faça sentido, que acaba por nunca, realmente, ganhar qualquer sentido.
Morfologias, verbos conjugados, diarreiras verbais para tentar dar significado àquilo que nunca terá.
E continuo aqui, a respirar fundo...
Foram-se as minhas palavras para clarificar onde pretendo chegar com isto.
Já entendi: muda se não está bem.
Acções, mais acções... Desilusões, regressões, deprimência demonstrada numa mera visão que se parecia muito com o inferno, ou apenas a real demonstração e equiparação desta humanidade que teima em residir, como se nada temesse e tudo estivesse a seguir o seu rumo.
Ah! Consciências e culpas que enchem os pensamentos não verbalizados, muito menos abstractos que aparecem na mais profunda escuridão, com o qual debatemos e contorcemos para que desapareçam. Mas se eu tenho de mudar, sou eu quem os tem de parar. Basta resolver e deixar de pensar. Serei fútil assim? Bem-vinda a esta Mundo, Inês!
Mais abertos que isto, nunca poderão ficar... Os meus olhos... Os meus olhos bem abertos!
Respiração mais normal e monótona...
Voltámos à estaca zero.
Dou por terminada esta eterna divagação... 

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